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PRAÇA DA PALMEIRA

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.................................... A cidade organiza-se por cima da cidade: ....................................... uma pedra sobre uma pedra, uma ideia ....................................... incansável, no interior dum ovo prestes. ....................................... Organiza-se como um vulcão oculto ....................................... num colo de mulher, ou uma rosa ....................................... nos lábios, para um festejo obstinado. ....................................... Arde devagar, depois das chuvas ....................................... e regenera o sangue, as reminiscências ....................................... doutras incansáveis viagens adiadas. ....................................... Mantém a mesma nobreza de paisagem ...................................... ardida por vento demolidor, suspenso .................................... .. de memórias para a veneração dum lar. . ................................................ Vieira Calado .................

BroSam

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pommes de terre au vin rouge

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Pour 4 personne(s) 1,5 kg de pommes de terre (charlotte) 1 bouteille de vin rouge De l'eau 2 oignons 1 cuillère à soupe de farine 1 cuillère à soupe d'huile Quelques brins de thym et de romarin sel, poivre Preparation Emincer les oignons. Dans un faitout faire fondre les oignons dans l'huile. Eplucher et couper en rondelles les pommes de terre. Ajouter les pommes de terre dans le faitout. Mettre la farine, tourner, ajouter le vin et l'eau. Il faut que les pommes de terre soient couverte de liquide. La proportion eau/vin est à votre convenance (sans abuser bien sûr !). Mener à ébulition puis laisser cuire à feux doux 1h, en remuant de temps en temps. A mi-cuisson ajouter les arômates. • Calories totales de la recette : 1110 kcal • Calories : 277.5 kcal par personne • Lipides : 0 g par personne • Protéines : 3.5 g par personne • Glucides : 43.75 g par personne et voilá

FRAGMENTO II

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(frente do postal apresentado em: FRAGMENTO ) Mostremos, então, a face ilustrada deste fragmento, retalho de um passado que, de certo modo, também me pertence. Em pose, perfilam cinco artistas; à sua frente, cinco instrumentos musicais dispostos segundo o sentido estético do fotografo da época. É, de origem, um postal que servia para publicitar esta banda, que actuava em casamentos, batizados, bailes. Legendemos a imagem, da esquerda para direita: João Luis Rodrigues , saxofonista; usava óculos; era o chefe da banda. Zé Cravinho , violinista; barbeiro de profissão, na Rua Direita; não fazia parte integrante do grupo, mas colaborava sempre que a dimensão do evento o justificava. Florindo Coelho , trompetista; o único que conheço e me facilitou a informação sobre o postal. Inácio , acordeonista; cedo na vida teve problemas de saúde; perdeu uma perna; morreu cedo. João Fulana , baterista; alfaiate de profissão, às vezes, quando não podia actuar, era substituído por Zé "Cai'Log &

velhas navegações

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Lembras-te, Francisco? Lembras-te de quando reuníamos a trupe de vizinhos dos Montes da Areia e da Rua da Aldeia e, cavalgando e empunhando paus de vassoura - cavalo e espada - percorríamos em formação de combate o rossio de S. João tentando desmontar o inimigo? E de quando disputávamos o campeonato nacional de hóquei, com patins e tacos de fabrico artesanal, sem nunca sair da aldeia, sem treinadores nem repórteres? E lembras-te das viagens feitas na carcaça do velho Peugeot, de pé sobre os bancos porque as pulgas e os eventuais percevejos nos assustavam um pouco? E as travessias oceânicas numa caixa de madeira de metro e meio por noventa, desde o cais até à Ponta da Piedade? Lembras-te disso? E como era gratificante pular de barco em barco, no rio, ou no cais quando chegavam as enviadas com sardinha e carapau. Que navegações magníficas fazíamos nesses tempos. Mas era nos barcos varados no braço de rio, no acesso ao estaleiro, que viajávamos em paquetes que num só dia iam e vinham aos

LAGOS ONTEM

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Chegou

Chegou de repente Sem pé ante pé nem mais que isso como deixando lã derramando vestes desnudando corpos A brisa nem sopra nem se dobra cana nem se enfuna vela o mar é liso chegou sem medir o quanto De repente nem tempera a calma instalou-se e pronto sem anúncio sem nenhum aviso Volta-se em sorriso beija sem decoro no pescoço num adeus de choro a Primavera (caem sobre a areia umas quentes pingas - Chuva de verão! dizem)

A primeira vez

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Lembro-me muito bem de onde estava e de como soube que a minha vida futura se faria em Lagos. Estava-se em 1994 e corria o mês de Maio – acho que ainda era Maio – e os resultados da primeira parte do concurso de professores estavam para sair por esses dias. Era um intervalo entre aulas na já extinta Escola Secundária Ana de Castro Osório em Setúbal e alguém entrou dizendo que os resultados já tinham saído. Era um tempo em que ainda se conseguia “efectivar”, e, pasme-se, pedir destacamentos para escolas das zonas onde se vivesse ou para onde se quisesse mudar, se fosse esse o caso. Penso que a primeira coisa que me veio à cabeça foi o ter dito várias vezes ao longo desse ano lectivo que, caso fosse à beira-mar o local onde ficasse colocado, aceitaria o lugar e me mudaria para lá. De imediato me dirigi à secretaria a saber do meu veredicto: uma das duas escolas secundárias existentes em Lagos, a 17.ª de entre as cinquenta que havia enumerado no boletim de concurso. Lembro-me de ter dito

As Maias

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Dizia a mina avó, que ao raiar do dia, o "Manel" (rapaz honesto e trabalhador) saia de casa a caminho do campo com a enxada às costas. Entretanto a "Maria" (boa rapariga, ciente dos seus deveres e responsabilidades) levava a cantarinha ao poço, a buscar água para as lides domésticas. É aí que se cruzam os dois e logo se tomam de amores, rendidos à magia inexplicável da paixão à primeira vista. Só quando o sol se põe e o enlevo se quebra, se apercebem de que algo importante desse dia ficou por cumprir: a lida do campo do "Manel", as lidas domésticas da "Maria"... Talvez por isso se sinta um certa censura velada a esta paixão campestre, nesta quadra que o povo ainda repete: ....................................... Dia de Maio ....................................... Dia de má ventura ....................................... Mal raiou o dia ....................................... Pôs-se logo noite escura (e mais a minha avó não me contou...) .......

Artistas de lagos

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Anatólio Falé , foi sem dúvida um dos grandes marcos da cultura Nacional. Um Lacobrigens e. Aqui o Corridinho de Lagos, interpretado pelo Grupo Coral de Lagos. carregar em play para ouvir Get Your Own Player!

BÀRLAVENTZÇ

. (…) E foi assim que, naquele princípio de tarde estival, em plena Avenida dos Descobrimentos, um carro parou junto a um nativo – um velho pescador (provavelmente já sem barco, tramado pela (…) balbúrdia que vai pelas europas…), daqueles que logo prendem a atenção pelas feições encarquilhadas, tostadas do sol e dos levantes. O condutor simplesmente perguntou: – Sàgrez ... Sàgrez ?... O bom do marítimo, chegando-se mais ao carro, repetiu, dizendo: – Sagres?... – não fora ele ter entendido mal. Ele que nunca, tampouco, tinha aprendido o que quer que fosse do celebrado inglês de praia. – Yes, Sàgrez – repetiu o estrangeiro. – Ná qu’ enganar! – apontou para a estrada e para as bandas de poente, levantando e baixando várias vezes a mão esclarecedora, como que a galgar a estrada. – Bàrlaventzç, bàrlaventzç... bàrlaventzç... bàrlaventzç... bàrlaventzç... bàrlaventzç... bàrlaventzç... Sàgrez !... E então não é que os ingleses chegaram a Sagres, sem necessitar de pedir mais informações! Em E

Foi no Domigo

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Serão as palavras sustento? Eu não sei. Mas sei que são alento. Sei. Que palavras dizer? E para quê? Pois ou são de escrever Ou vão-se, com o vento. F.Castelo

FRAGMENTO

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Este fragmento pertence a um postal antigo, do princípio dos anos 40. Aparentemente parece não ter nada de particular. No entanto, o verso, a parte ilustrada, trás uma revelação interessante. De notar que foi impresso na Tipografia Lacobrigense , ainda hoje exitente e que foi publicado pelo Café Portugal , infelizmente já desaparecido. O resto da história virá a lume, um destes dias, da parte dum outro colaborador deste blog . Mas aproveitei o ensejo e decidi informar-me um pouco mais, sobre postais ilustrados. Fiquei a saber que para comemorar o 5º centenário do Nascimento do Infante D. Henrique, em 1894, foi posto a circular o primeiro postal ilustrado. A impressão foi feita em cartolina camurça, cor rosa velho. Ao contrário do que hoje acontece, o endereço devia ser escrito na parte ilustrada do postal. Aí estava uma gravura representando o Infante, junto de alguns símbolos marítimos, relacionados com as Descobertas. Todo o verso servia para escrever o texto. Já trazia afixada uma t

mas, palavras para quê?

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nostalgia

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foto by: Francisco Castelo A minha terra é branca Branca do sol e das casas Branca de muita cor A minha terra tem o mar e as canastras de peixe e as gaivotas dançando e muito céu azul e brilho de luar A minha terra e o mar Mar mansinho Mar de borrifos Mar azul verdinho Um mar que lambe a areia devagarinho a minha terra amando sorrindo sem pudor. Na minha terra há uma praia uma praia grande um tapete de areia branca uma poeira de estrelas derramada ali por algum anjo. Se passares ao fim da tarde quando o sol se esconde quando ele matiza a duna à hora dos talheres soando nas casas da cidade nesse intervalo que nem tempo tem em que o ar cheira a salgado respirarás os raios de sol os que sobram os que ainda fazem azul o mar pisarás na areia na maré-vasa, o sal pelo mar deixado na maré-alta, o morno de sol acumulado. A minha terra começará a piscar luzinhas a cumprimentar-te. A minha terra é branca Tem uma praia feita de pó de estrelas É nessa praia que o mar se aconchega É nela q

O FOLAR DA PÁSCOA

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Os ovos da Páscoa estão associados a ritos antigos, simbolizando a fertilidade, representada na Grécia pela deusa Persefone e em Roma pela equivalente deusa Ceres. Essa celebração tinha lugar nas imediações do equinócio da Primavera. Esse costume, provavelmente, tem as suas raízes em povos ainda mais remotos, da antiguidade, persas e egípcios. Os ovos eram pintados com cores alegres, pois simbolizavam o nascimento. Os próprios persas acreditavam que a Terra tivera o seu início num ovo gigante. Mais tarde, os cristãos do oriente, dando continuidade a esses velhos ritos, nos inícios do cristianismo, terão sido os primeiros a ofertar ovos coloridos, pela Páscoa. Ela anuncia a transição do tempo das trevas , a Quaresma, para o tempo da claridade , a Páscoa - a ressurreição, o início duma nova vida. Nesses tempos, os ovos eram apenas um presente decorativo, para simbolizar a ressurreição e o nascimento para uma nova vida. Não serviam para comer. Em Portugal, a Páscoa surge associada às am

FELIZ PÁSCOA

Andei pensando em como havia de fazer um post que fosse desta época e falasse de Lagos e lembrei-me da minha tia Constança que nesta altura do ano nos presenteava, na casa onde morávamos, ali à rua da Oliveira, com uns folares que ela amassava em alguidar de barro secundada por minha mãe que, ao que me lembro, mais não fazia que fornecer ingredientes que eram, além dos ovos e farinha, leite, que a minha tia gostava deles fofos e apaladados do leite que, ao tempo a que reporta a lembrança que vos deixo, não se vendia em pacotes, mas vinha da vaca do Senhor (o nome é que não me lembro) e era trazido à porta e medido para a cafeteira que a minha mãe levava (que era, sim, um fervedor com tampa de buracos, agora me recordo!). Bem amassada a massa, dormiam os futuros folares, toda a tarde, embrulhados em mantas depois de bentos, com cruz traçada sobre aqueles montes brancos que pareciam cús de gente, diziam elas entre dentes sorrindo que eu bem as ouvia, eu que mal me passava uma cabeça de s

Ohhh Lagos

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Ohhh....iiinck... Lagos da luz...azul da luz... amareeeeeeela reverberada no casario branquinho, às cores... ohhh... iiinck!!! Lagos dos turistas de calção vagarosos a quem apetece é dar um encontrão nas ruas lindas, floridas Lagos... e não Portimão lojas enfeitadas chinesas umas as outras fechadas restaurantes de odores mil o hindu, o indonésio e o tamil Lagos de Março e de Abril com animais à solta lindos mansos esfomeados...Ohhh...iiinck!!! Lagos... dos afilhados Eu só gosto de Lagos... ... profundos, profundos.

foto do post anterior

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a cidade do meu desejo (III)

Se eu pudesse um dia chegar numa automotora... Se eu pudesse, dependurava em cada janela os dias que não passei chegando, aos solavancos, namorando-te assomada numa janela. Só uma automotora, muito velha, me poderia levar de volta ao feitiço de regressar, deslizando e aos solavancos e, devagarinho, sentir o tudo aquilo que não sei, ainda hoje, descrever. Se eu pudesse, assomaria, um a um, todos esses dias na janela de uma automotora gingona de apressada, para me fazer olhar de dentro dela a minha terra. Chegaria, então, pela tardinha ou tanto faz de manhãzinha ou ao pino do meio dia, com sol ou com chuva morrinha. Assomaria no estreito da janela, os olhos pestanejando sôfregos do sal e da paisagem. Os olhos se entreabrindo, abrindo e fechando, ao ritmo do coração batendo apaixonado, calmo, sedento e sereno. Ficaria naquele quase transe de sempre, uma beatitude, um enlevo. Ela viria dançando, aproximando-se encatatória, branca, passeando-se no tapete das dunas, arrastando o manto azul d

são linhas

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são linhas de horizontes de alvorada ou entardecer linhas verticais coladas umas outras montadas com horizontais juntinhas sobrepostas pesadas são as linhas firmes coloridas acesas ou apagadas estão em tudo estão vivas linhas de árvore, chaminé ou quarto linhas que crescem quando chego linhas que minguam quando parto são linhas que ligam interiores de uns a outros gente a gente gente à cidade são linhas de ida e de regresso são linhas da vida são milhões as linhas são minhas são tuas regressamos por todas vindo por duas .

A cidade do desejo

Muito antes de ser a cidade onde vivo em permanência, Lagos foi a cidade do meu desejo. Continua a sê-lo sempre que regresso (e não só) e é quando o comboio abranda nos carris e o azul intenso alaga forte de luz e aromas o lugar onde me sento, que confirmo, sem nenhuma hesitação, ser impossível não se sentir que estamos a chegar a uma cidade de desejos, e ainda que o cansaço, pela distância percorrida ou por um sono adiado, me faça do corpo um saco frouxo, ali, ele recobrará o viço no embalo lento da carruagem, num ânimo de ansiado reencontro. E tudo pode estar igual ao momento da partida, que, subitamente, tudo parecerá mais bonito, mais vivo, mais imprescindível. E é por tudo isso que eu ainda hoje (passados anos) não percebo, nem perdoo, a abstracção do casal jovem alemão que, no banco ao lado, se preparou, na última meia hora de viagem, a tomar caldos vitamínicos e se deixou ficar sem sequer ousar uma miradela furtiva pela janela. Afinal para que queriam eles redobrar de energias
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ouro azul

e um sorrisinho no olhar

À laia de apresentação e para que saibam que eu sou tudo menos fácil, deixo aos que cá moram, e desde já, o sinal de que foi um erro convidarem-me para entrar na vossa casa, e aos de fora que façam o favor de exigir sempre o melhor. poetas; ó céus como os odeio! Poucas as palavras, e toda uma casualidade de sentidos como aguilhões cravados em carne alheia; destilam apurados logros e dão à indigência licores; estalidos de língua no palato, calores no lastro visceral e arrepios de membrana.

O VERDADEIRO CROMO

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Quando pela 1ª vez dei por ele, depois de almoço, emborcava os últimos tragos duma imperial e já tinha, na mão esquerda, uma caneca cheia. Pensei para comigo. Bom… A imperial é a começadeira . A caneca, a embaladeira …. Embaladeiras podem ser várias, ou muitas, conforme a sede e a disposição de cada um. Até aqui, nada de especial ou anormal. No entanto, dias depois apareceu num Café/Bar do Chinicato, onde vou regularmente beber a bica . Tinha vindo de táxi, aproveitando a boleia de outros dois compatriotas que aí se deslocam todas as tardes para jogar dominó com uns (também cotas ) portugueses. E fiquei a saber melhor a história deste verdadeiro cromo . A fotografia é bem elucidativa do seu porte físico. Deve pesar pouco mais do que uma osga, as pernas fazem lembrar esferográficas, a pele é branca como a duma lula, apesar das longas exposições a este belo sol algarvio –, sempre com uma caneca, por perto. Aliás, não gosta de ver os copos vazios. Assim que a caneca chega aos três/quarto

BALUARTE

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Estas paredes preservam o modelo antigo das casas o método tradicional do corpo instituído por analogia às árvores um envelope para guardar a seiva a estrutura íntima das flores em sua esfinge Têm as raízes na terra como as memórias dum rio, uma transparência donde se vê o fundo a sombra célere enigmática das margens Mantêm a dignidade vertical dum lírio como um poço de vertigens, uma faísca que perdura e a mesma janela descerrada uma onda transviada em mera dispersão da luz, como o fazem os fogos da paixão que permanecem pelas bermas dos caminhos. vieira calado

Carnaval no Chinicato

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Lagos de Ontem

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A Cidade Quero dizer-te quanto amei esta cidade habitada por sóis brandos, ervas e gaivotas que encontram a mesma sedução pelo mar, colinas que sabem o puro fascínio das ilhas. Quero dizer-te quanto amei os seus lugares pimitivos, as gentes que se abandonavam aos caprichos do vento, ao fulgor das ondas, tecendo imagens na imaginação das fragas. Quero dizer-te quanto amei o sal e o salitre das tardes longe, da miha infância ardente e quanto relembro os barcos saindo a barra, onde eu embarcava, para sempre regressar. Vieira Calado em "Lagos Ontem". 2ª ed. da Câmara Municipal de Lagos

Lagos Algarve (O Caminho do Infinito)