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A mostrar mensagens de maio, 2020
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eremitas        eremitérios      alucinações UM DIA SERÁ POSSÍVEL A ESPERANÇA os nostálgicos amantes da natureza que domesticam animais para uso apartamentizado já chegaram empiricamente a esta conclusão científica: capados cães e gatos dão-se às mil maravilhas conseguindo até comer ao mesmo tempo no mesmo prato. (adaptado à humanidade produziria uma extraordinária e embevecedora visão idílica mas ao contrário da guerra levaria rapidamente – no decurso de uma geração- à extinção da espécie). 2ªfeira    POÇAS DE THEATRO descalce os sapatos    DE QUE FALAR OU FALAR QUANDO VALE A PENA
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UNIVERSIDADE DE LAGOS nem mestre/ nem aluno   O CABO BARBOSA JOSÉ DE JESUS PATACHO   E A PRAIA DO PORTO DE MÓS Ouvi quem exprimisse estranheza e talvez desconforto ou tristeza por ver o Porto de Mós na Lagos portuguesa, sem vivalma. Espantado fiquei ao dar-ma conta que ainda não tinha percebido que já havia pessoas que não a conheceram da maneira como ela fora antigamente. Quando ela não tinha ninguém aparte uma família, o Cabo Barbosa que voltara da Ásia casado com uma asiática. Um descendente do casal ainda habita a casa propriedade militar. É no Porto de Mós da actualidade que sinto o tal desconforto ou tristeza, e que me aplico em vão esforço, de vê-la sem pessoas que gozam o legítimo direito de, pelo simples facto de serem, ocuparem com os seus comportamentos e hábitos, tudo o que possam ocupar. Foi, pela noite avançada, lugar de embarque de migração clandestina com destino às costas do Norte da África. Foi daí que partiram três amigos, num b
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eremitas        eremitérios      alucinações GUERRAS    METEOROS VIRUS desiludidos os misantropos que a cada guerra e a cada meteoro depositam as mesmas expectativas como agora no vírus: recomeçam os outros que são um terço da humanidade em espírito festivo preparando o regresso de ídolos e de fans do ilimitado universo da indústria entretenimental tão confundível sucedâneo do velho mito da felicidade.  (como se homem e civilização fossem para todo o sempre recicláveis e reutilizáveis).                                     2ª feira    eremitas      eremitérios    al ucinações
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COMANDANTE DEODATO DIPLOMACIA O presidente dos US telefonou ao presidente de Portugal. Decerto para lhe dar os parabéns pela maneira como aqui se lidou com o vírus e possivelmente pedir-lhe ajuda para montar na América um Serviço Nacional de Saúde. Logo em seguida o de Portugal (dizem os comentadores que a seu pedido) falou com o presidente chinês. Que poderá ter sido dito na primeira chamada, para que o português tivesse sido levado a contactar o chinês. Estranho, já que ninguém imagina que os serviços secretos chineses não tenham ouvido a conversa. Sobretudo por isso mesmo. Que teria dito ao americano para que se sentisse na obrigação de falar ao chinês, não desconhecendo que ele tinha ouvido a conversa. Tal como o americano, estava agora ouvindo esta. Comprometeu-se com o americano com qualquer coisa que, com muita subtileza, ia explicar ao chinês (de modo que o americano não percebesse), que tinha sido uma habil
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POÇAS DE THEATRO  descalce os sapatos VIEJAS CASAS QUE EL TIEMPO BRONCEO há dias cruzámo-nos nesta rua desabitada sem que trocássemos um olhar e provavelmente pensou o mesmo que eu pensei: aqui está alguém que cultiva a nostalgia      cultivo-a de facto mas claro não no sentido por que muitas vezes é tomada como se fosse uma forma de tristeza      claro     aprecio imenso uma outra    soledade   mas essa ainda mais contaminada foi pela ideia de tristeza      também acho mas tanta musicalidade que emana        nostalgia ou soledade o que se passa é que de ontem para hoje aconteceu algo de inesperado: naquela janela naquele primeiro andar com três vidros partidos veja: uma toalha    um chemisier       um sutiã menudo   (PAUSA)        vou ser franco e directo:  VI-O eu vi-o noite passada adentro carregando ao ombro uma escada que encostou à parede e subindo-a foi na janela suspender essas peças  com molas de roupa   (OLHOS FIXOS NOS OLHOS)   que fazia você aqui noite adentro olhando
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POÇAS DE THEATRO     descalce os sapatos FALAR COM ELAS   senhor Joaquim Custódio da Silva, o senhor que vive há muito tempo cá mas nasceu em Relíquias deixou o seu tempo de hoje para vir aqui enxertar-me uma figueira trouxe três variedades de figo lampo e agora não quer que lhe pague o trabalho neste tempo de incertezas           senhora Inge nestes tempos a que refere tratar-se de uma árvore é uma certeza        não quero paga      e aqui onde tenho o pé abra um buraco 50x50x50cm  meta-lhe terra boa  e voltarei para dispor outra figueira para dar companhia a esta         e a esta que tratamento aconselha      fale com ela regularmente       todos os dias fique descansado.   reveja a foto anterior em MISS VEIGA e encontrará na fila superior a partir da esquerda, na terceira posição, um aluno chamado João Duarte Dias que, já homem, protagonizou uma cena que surpreendeu a muito conservadora e estratificada sociedade de Lagos daquela época. Abrindo para o turismo,
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eremitas       eremitérios     alucinações   A MATÉRIA NEGRA INVISÍVEL E IMPENETRÁVEL impenetrável porque suspeitamos intuímos e depreendemos que exclua o vaivém: quando se entra nela é-se ela na sua permanência sem tempo compartimentado. VARIAÇÕES ÁRVOREBERG Ária a árvore cresce pelas duas extremidades e é a junção o equilibro a obra entre o aéreo e o subterrâneo. Variações 1 os animais apenas crescem para cima mas que tentativas não fazem para criar raízes. Variações 2 o homem sem chão redobra na pesquisa de raízes aéreas. Variações 3 ao querer compensar desenvolvendo raízes aéreas o homem depara-se com a obrigação de reactivar obnubiladas ou insuspeitadas raízes subterrâneas: assombrado (e feliz?) conclui que ambas são uma. ouço música permanentemente mas a de origem humana espaçadamente. Ária, das variações Goldberg, jsbach. Fernando Maurício:   Fui de Viela em Viela, Igreja de Santo Estevão. José Manuel Osorio :Igre
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UNIVERSIDADE DE LAGOS nem mestre/ nem aluno   UM BARCO NA PRAIA DA D.ANA (LAGOS) UM BARCO NUMA ILHA DO SENA   A moçada percebeu que tínhamos sido expulsos do paraíso quando apareceu o bikini os toldos e um banheiro. Este veio pedir-me para explicar a um francês que a deslocação ocorrida no seu barco, ali ancorado tanto que duraram as suas férias, não tinha sido provocada por mão humana, mas que tinha sido uma ondulação de sueste. Bernard Marouzé, ficou espantado com o francês por mim falado. Obrigado a Zeca Afonso, que num curso comercial, me deixara sabendo ler e citar na língua original, escritores e poetas franceses. Eram dois casais, cunhados, com as crianças Titi e Cati. Pataud, projectista, Marouzé, director de um banco em Paris. Fomos conversando daí em diante, de tal forma que acabei viajando com o casal Marouzé, como convidado quer nos alojamentos quer nos restaurantes, desde a Praia da D.Ana até à sua casa no centro de Paris. De visita ao casal Pataud