.             -          Naquela noite fazia frio fazia pena  ver almas despedaçadas deitadas corpos entrouxados  dispersos nas calçadas luzidias do passeio das ruas      .   Caía uma névoa fina que simulava chuva punhais  de raiva e resignação ou antes uma levada de mágoa  de murmúrios sem data sem fumo sem restos de cio  perdidos num mar de pedras nas calçadas da rua .    .    Era uma noite de claustros tambores rufando clamando  os clamores da vida a náusea descrente na boca sofrida  o granito fundido já duro das lutas perdidas  pisado nos ossos nos ombros nos olhos que olham  as coisas por fora nas coisas por dentro  e as noites nos dias e os búzios na praia sem vento  soprando as pedras do passeio da rua   .   Doía a quem doía não fora a noite uma noite  de aprazimento em todas as aldeias da cidade  tempo de alegrias acepipes farturas alvarinho  em casas abastadas sobranceiras aos passeios da rua   .    o mais vago grave desígnio dum oráculo de plenitud...