POÇAS DE THEATRO
molhe os sapatos DE REBOLETA aqui vou eu de rangamalho rua infante de sagres abaixo aviso-o que mais depressa rangamalha o que você pensa e o que você pensa já chegou à praça Luís de Camões ora com tanta gente rangamalhando rua abaixo como pode você afirmar que são meus esses pensamentos chegados à praça o que lá está a suceder só pode vir do seu pensamento transtornado e o que está lá a suceder? calou-se a música ao vivo parou a animação de rua emudeceu a alegria turística reina um silêncio paradimensional reclamo a minha inocência como podem compreender-me na praça se o que penso é articulado por uma limitada fala materna? desconfia-se que você já acedeu à utilização da secreta forma de pensamento que não precisa do suporte de uma língua estruturada ora ora toda a gente sabe que isso só tem serventia noutra realidade (cantado) indo eu indo