NATAL DOS SEM ABRIGO
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Naquela noite fazia
frio fazia pena
ver almas despedaçadas deitadas corpos entrouxados
dispersos nas calçadas luzidias do passeio das ruas
ver almas despedaçadas deitadas corpos entrouxados
dispersos nas calçadas luzidias do passeio das ruas
.
Caía uma névoa fina
que simulava chuva punhais
de raiva e resignação ou antes uma levada de mágoa
de murmúrios sem data sem fumo sem restos de cio
perdidos num mar de pedras nas calçadas da rua.
de raiva e resignação ou antes uma levada de mágoa
de murmúrios sem data sem fumo sem restos de cio
perdidos num mar de pedras nas calçadas da rua.
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Era uma noite de
claustros tambores rufando clamando
os clamores da vida a náusea descrente na boca sofrida
o granito fundido já duro das lutas perdidas
pisado nos ossos nos ombros nos olhos que olham
as coisas por fora nas coisas por dentro
e as noites nos dias e os búzios na praia sem vento
soprando as pedras do passeio da rua
os clamores da vida a náusea descrente na boca sofrida
o granito fundido já duro das lutas perdidas
pisado nos ossos nos ombros nos olhos que olham
as coisas por fora nas coisas por dentro
e as noites nos dias e os búzios na praia sem vento
soprando as pedras do passeio da rua
.
Doía a quem doía não
fora a noite uma noite
de aprazimento em todas as aldeias da cidade
tempo de alegrias acepipes farturas alvarinho
em casas abastadas sobranceiras aos passeios da rua
de aprazimento em todas as aldeias da cidade
tempo de alegrias acepipes farturas alvarinho
em casas abastadas sobranceiras aos passeios da rua
.
o mais vago grave
desígnio dum oráculo de plenitude
na inocência das crianças nas crenças na sentença
dos mecanismos que levam ao enternecimento
por ver a chuva a cair sobre corpos alheios
prostrados enrodilhados no manto do passeio das ruas.
.na inocência das crianças nas crenças na sentença
dos mecanismos que levam ao enternecimento
por ver a chuva a cair sobre corpos alheios
prostrados enrodilhados no manto do passeio das ruas.
Fotografia de Francisco Castelo
Comentários
Quero parabenizá-los pelo magnífico projeto do passeio dos poetas. É algo louvável ainda mais harmonizando poesia e natureza. Um legado para a posteridade!
Um abraço, amigo Você será sempre bem vindo
Um poema lindíssimo que emociona pela mensagem contida nas palavras que emergem da sua alma de forma sublime. Feliz Natal, Poeta, para si e sua família. Beijinhos. Ailime
Beijos!!
Feliz Natal.
Obrigado pelos seus votos.
Desejo-lhe também, e aos seus, um Bom Natal.
Feliz Natal!
Um abraço,
da Lúcia
Um poema e uma imagem contundentes
que deixam uma dor à solta na alma.
Tenha um Natal tão feliz quanto possível.
Um abraço
Lídia
Olá, Vieira Calado
Um poema que cala fundo nos nossos corações. Nele se encontram assinalados as injustiças que a vida desfere aos mais fracos, em especial, crianças.
Que o Natal aconteça em todos os dias do ano, trazendo amor e compaixão aos corações de todos.
Um Bom Natal.
Abraço
Olinda
Nada Além!
Nada sei além desta janela
aberta diante do meu olhar.
É a maré, é a maré!
Lixos e ratos
estampados no horizonte
de urubus circundando
pelo céu sob a réstia
do sol alumiando meus olhos
perdidos no escarcéu.
Olhando da janela
a visão é ciclope
e me remete
à infância na maré.
As rajadas no azul cinza
de moribundos dias
não esquecidos.
Quebrantava-se o dia...
Era Natal!
Miríades de sonhos
na misantropia
dourando barrigas de lombrigas
sucumbindo pela anemia...
Nada além...
A fome e o lixo!
Dos natais,
apenas, os resquícios.
O Sibarita
HILARIS NATIVITAS!
MERRY CHRISTMAS!
Geseënde Kersfees!
Շնորհավո՜ր Սուրբ Ծնունդ:
Marjinal!
Каляды!
메리 크리스마스!
VISELÉ VIANOCE!
РОЂЕНДАН!NO!
Фелиз Натал!
Jwayeu Nwèl!
Mutlu Noeller!
РОЖДЕСТВОМ!
สุขสันต์วันคริสต์มาส!
メリークリスマス!
GOD JUL!
JOYEUX NOËL!
kΑΛΑ ΧΡΙΣΤΟΥΓΕΝΝΑ!
БОЖИЋНИ ПРАЗНИЦИ!
Enfim, FELIZ NATAL!
O Sibarita
Votos de boas festas.
Abraço
Essa é grande realidade nos nossos dias,
Um "Natal dos sem abrigo" _ forte emocionante e triste,
um abraço Calado e que tenha um natal de paz
Mas, segundo a lócida cruel de Passos, as criança que sofrem não devem ser objecto de preocupação sequer,pois "todos os ajustamentos são dolorosos"!
Desejo-lhe bom Natal e um 2013 menos negro do que aquele que nos preparam.
Agradeço a sua visita ao meu cantinho verde bem como os teus votos de Boas Festas que retribuo com amizade.
Ofereces-nos um belo poema que, infelizmente, retrata a vida de alguns mas peço-te que escrevas no próximo Natal um poema sobre aquelas almas caridosas (que não sou eu...) que enfrentam o frio, o mau cheiro, a degradação, o mau humor, às vezes, para dar um pouco de calor humano e material e uma boa sopa a estas pessoas que têm a rua como casa. Eu admiro muito essas pessoas e lamento não ser capaz de fazer o mesmo !
Beijinhos verdinhos
Verdinha
Boas festas pra você e família!
Um carinhoso abraço. Edna.
Um abraço
Supostamente o Natal devia ser uma quadra de alegria , paz e amor para toda a humanidade.
Infelizmente assim não é. Muitos sofrem todo ano e nesta quadra sentem a solidão, a necessidade de um abrigo , um gesto de amizade e as crianças mais que todos, pois o Natal para elas é o sonho.
Em que mundo estamos?
Tocou-me este post...
Por vezes tento comentá-lo e tenho dificuldade em o fazer, mas como está no meu face, vou acompanhando.
Um Feliz Natal repleto de paz, amor e saúde e alguma esperança para que o coração brilhe.
Bjgrande do Lago
Feliz natal
Ana
O pior frio é aquele que existe no coração dos homens.
Beijos,Feliz Natal, Feliz 2013.
agradeço seu comentario
desejo FELIZ 2013
saúde e poesia
abraço poético amigo.
Aqui, Amigo, as imagens reforçam o teu Poema.
Comovi-me. Doeu-me. Fico com um nó na garganta.
A Vida dos fracos é mais esmagada que o tolerável.
Meditemos.
Abraços
SOL