Passeio dos Poetas
Ninguém ainda por aqui a dizer que foi bonito, que a festa até parecia uma romaria, que estavam todos com ar de estarem satisfeitos, mesmo os que desenharam letras tantos meses, dias, horas, humidades e frios, mesmo esses, ou sobretudo eles, estavam tão felizes.
Faltaram os foguetes, mas via-se que o sol a espreitar entre as copas das árvores fazia as vezes, e o mais eram as vozes a dizerem o que estava gravado em cada pedra para a posteridade, e eram de festa as mãos plantando alfarrobeiras que um dia, depois de cada poeta ter ido para Deus, serão ali o suor da sua mão a abençoar cada letra, cada palavra, cada verso.
Ninguém ainda se atreveu, que isto de estar contente precisa de ser acalentado em lume brando antes que se possa gritar:
olha foi tão lindo! que pena não teres ido!
E há fotos.
fotos da Antonieta Pestana
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