BÀRLAVENTZÇ

.
(…)

E foi assim que, naquele princípio de tarde estival, em plena Avenida dos Descobrimentos, um carro parou junto a um nativo – um velho pescador (provavelmente já sem barco, tramado pela (…) balbúrdia que vai pelas europas…), daqueles que logo prendem a atenção pelas feições encarquilhadas, tostadas do sol e dos levantes.
O condutor simplesmente perguntou:
Sàgrez... Sàgrez?...
O bom do marítimo, chegando-se mais ao carro, repetiu, dizendo:
– Sagres?... – não fora ele ter entendido mal. Ele que nunca, tampouco, tinha aprendido o que quer que fosse do celebrado inglês de praia.
Yes, Sàgrez – repetiu o estrangeiro.
Ná qu’ enganar! – apontou para a estrada e para as bandas de poente, levantando e baixando várias vezes a mão esclarecedora, como que a galgar a estrada.
Bàrlaventzç, bàrlaventzç... bàrlaventzç... bàrlaventzç... bàrlaventzç... bàrlaventzç... bàrlaventzç... Sàgrez!...

E então não é que os ingleses chegaram a Sagres, sem necessitar de pedir mais informações!

Em Estórias de Lagos & Arredores, ed. Câmara Municipal de Lagos
(excerto adaptado)

Comentários

Achei o livro fabuloso, e obrigado. ;)
éf disse…
ainda não tive tempo pa ler
:S
A Sonhadora disse…
Os més moçês de Léges...são assim...espevitados, na falam a lingua dos outros...mas fazem-se entender mto bem!!!
Não calculas a alegria que tive ao dar com este teu blogue....obrigada
e não é que é exactamente exacto ....tudo o que aqui está?!
Que saudades da minha(nossa)linda terra!!!
e como está bem descrita por estas bandas...
vou continuar a passar por aqui sempre que tiver um tempibnho livre...és mesmo um moçê marafado!!!
Um abraço da sonhadora

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