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DIA 25 DE NOVEMBRO

Dia contra a Violência de Género "ABAIXO A VIOLÊNCIA DE GÉNERO: HUMANIDADE NÃO TEM SEXO!!"

PONTE E ESTAÇÃO DA C.P. DE LAGOS

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ANTES DA CONSTRUÇÃO DA AVENIDA DOS DESCOBRIMENTOS

as melhoras à Mena

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NOSSO DESEJO

Hermanos

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Encontrei a pagina do Excmo. Ayuntamiento Palos de la Frontera , que é hernana da nossa Cidade. Aqui vai a morada: http://www.palosfrontera.com/ Ao lado na foto creio que é a Pinta a Niña ou talvez a Fraila , e quem sabe a Santa María . Aconselho uma visita.

Livro

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Foi editada a 3ª edição do livro “ Merdock, um cão em Faro, nos anos 50 ”, facto invulgar entre nós. Um espantoso grito de liberdade saído da pena de um amigo. Esse livro, relatado na primeira pessoa por Vieira Calado, é uma obra de referência para mim, tanto pela genialidade da prosa, como pelo poder das imagens; não é por acaso que o escritor é um poeta. Estória que decorre no ano de 1954, tendo por cenário a cidade de Faro, onde o imaginário se funde com a realidade de uma época de profundos constrangimentos. No jornal “ O Algarve ”, Vilhena Mesquita (mais abaixo citado) , entre outras considerações , disse: - “ imperdível ”. Aconselho a visita aos bloges onde podem ser lidos mais detalhes: o cão Merdock vieiracalado-poesia A 1ª edição foi em 2003 e o livro foi apresentado no anfiteatro da Biblioteca Municipal de Faro, pelo Professor Vilhena Mesquita, da U.A, e presidente da AJEA (Associação dos Jornalistas e Escritores do Algarve) que editou a obra. Três meses depois estava esg
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ALGARVE ONTEM #2 ........... Dizem do modesto ramo de oliveira a paz ........... e dizem-nos do seu ditoso fruto a luz .......... que iluminou as noites de reflexão dos gregos. ........... Só por isto eu teria de louvar o puro azeite, ........... este lugar eleito, este lagar de azeite ........... onde a prensa arrebatava a flor dos fluídos ........... que dão perfil e força às veias da memória. ........... Também nos dizem do primado do seu reino ........... de enfrentar o frio, a decrepitude, os rudes sóis ........... e nos proteger do estertor fatal da morte ........... graças à excelência dos seus ómega colestróis. ........... Mas mais que tudo pelo paladar, o gosto antigo ........... no bacalhau e noutros pratos celebrados, ........... na sardinha em lata como era nesse tempo, ........... na caldeirada, nas cavalas, nos charros alimados. ....................... em ALGARVE ONTEM (em preparação)

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Que nenhuma estrela queime o teu perfil Que nenhum deus se lembre do teu nome Que nem o vento passe onde tu passas. Para ti criarei um dia puro Livre como o vento e repetido Como o florir das ondas ordenadas. poema:Sophia de Mello Breyner Andresen foto: mcorreia

XIII

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Domingo, 4 de Setembro de 1994... Faz hoje 13 anos que vim viver para Lagos. (Foto: Meia Praia, Outono de 1994)

L A G O S

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+ ................................... Quero dizer-te quanto amei esta cidade ............................ habitada por sóis brandos, ervas e gaivotas ............................ que encontram a mesma sedução pelo mar, ............................ colinas que sabem o puro fascínio das ilhas. ............................ Quero dizer-te quanto amei os seus lugares ............................ primitivos, as gentes que se abandonavam ............................ aos caprichos do vento, ao fulgor das ondas, ............................ tecendo imagens na imaginação das fragas. ............................ Quero dizer-te quanto amei o sal e o salitre ............................ das tardes longe, da minha infância ardente ............................ e quanto relembro os barcos saindo a barra, ............................ onde eu embarcava, para sempre regressar. Lagos não é só uma das mais belas cidades do Algarve, como uma das mais antigas. Passou de simples lugar a aldeia, em 1

O banho de vinte-e-nove

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Aljezur: Reza a lenda que os Cavaleiros de Santiago , chefiados por Dom Paio Peres Correia , surpreenderam os mouros a banhar-se no mar, longe da protecção das muralhas da vila, como era sua tradição. Tal foi o massacre que o mar ficou vermelho. O castelo foi conquistado em 1249. In Guia Expresso de Portugal , 1995 Mais precisamente a 29 de Agosto de 1249. Assim reclamava Dom Afonso III a conquista do último reduto do, até então, território do Gharb . Desde miúdo que ouço falar no “banho de vinte-nove” (de Agosto). Um banho que, no dizer das pessoas mais idosas da aldeia do concelho de Santiago do Cacém de onde sou natural, era um banho de mar que valia por todos os banhos que se pudessem tomar ao longo do ano. Aliás, realizavam-se verdadeiras caravanas de carros de bestas e toda a sorte de veículos a caminho das praias, por todo o Alentejo litoral e costa ocidental do Algarve. O meu pai até conta que vestiam a melhor roupa que tinham, o fatinho de ver-a-Deus, por cima do calção de

estórias de Lagos & arredores, o livro

Jorge Luís Borges dizia «que todo o poeta inteligente é um bom prosador»; assegurava ainda que o ponto de partida para essa ideia fora Stevenson, mas isso já era apanágio de um homem brilhante como o era Borges que deixava sempre a ideia de que, por mais inaudita fosse, uma excelente ideia nunca partia dele. Estórias de Lagos & arredores, de Vieira Calado, é, para mim e acima de tudo, o artifício de bem saber prosear. E isso percebe-se de imediato, assim que começamos a descer a rua com o autor e, com ele, nos espraiamos, « por força da quentura dos ares deste chão benzido pelos deuses da frouxidão e da pasmaceira; e da costa esbelta onde o mar vem desaguar uma salmoura apetecível em areias louras, tomadas pelo mel de meridianos sóis » (pág.11) deixando a apatia na firmeza insípida de uma calçada debaixo das solas; as cidades, os homens, a vida e a morte repetem-se nos tempos e espaços, e ficariam reduzidos à banalidade de acontecimentos, ou na memória restrita dos afectos, não fos
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É com algum embaraço que, finalmente, ouso romper a cor do meu espaço branco. Nada de verdadeiramente interessante. Um rabisco. Um rascunho. Uma tentativa de rasgar a tímidez abrir de vez uma porta que me leve a aventuras mais sérias. Gosto de desenhar e não sei. Mas é assim, dá-me gozo... Gosto de rabiscar gente. Corpos de pessoas assimétricas desajustadas das noções de estética estabelecidas por quem é realmente feio. Gosto de pessoas corporalmente expressivas. Só essas se encaixam nas desproporções dos meus rabiscos... Tenho rabiscado pés de gente. Pézinhos. ( Manias...) Saíu-me um rabisco de bailarina. Tem uma história por contar na dança que eu imaginei. Hoje rompo a cor do meu blog branco. Ainda é cedo para romper o silêncio. dança no perímetro da escarpa afiada trezentos e sessenta graus

Lagos (do post anterior)

Get Your Own Player! Vi esta postagem, do Vieira Calado, e foi logo ali ao lado gravar a canção. "com: Interpretação de José Bandarra e Arranjos de Paulo Ribeiro"

LAGOS (CANÇÃO)

........ LAGOS .... .... Ai Lagos, terra algarvia debruçada sobre o mar, da tua linda baía de belo sol a brilhar partiram as caravelas que foram para além-mar. Ó Costa d’Oiro adorada onde o azul do céu ameno onde o eterno mar sereno fazem tintas de igual cor, tu és a moira encantada das amendoeiras em flor. .... Ai Lagos, Lagos, terra ditosa .... tu não sabes como és linda, .... teu passado brilha ainda .... ó bem-formosa. .... Ai Lagos Lagos, terra de encantos, .... o teu sol brinca com o mar .... quando as ondas vão beijar .... os teus recantos. Ai Lagos à beira-mar minha terra de encantar, sinto em mim por ti crescer uma voz a me dizer que és a mais bela princesa que vive na natureza. A letra da canção é de Vieira Calado; a música é de Genny Telles. Ambas foram escritas em 1957 e a canção foi origináriamente interpretada pelo tenor José Gonçalves, tal como o autor da letra, natural de Lagos.

Às curtanheiras

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Moças rosadas do calor que a apanha dava. Figo de tamanho diverso. Figos vários, de Junho para a frente ou até antes. Maduros, primeiro os lampos e mais tarde os inchários. Figos mais encarnados que verdes, quase lilases, a derramarem vermelhos melados desunindo o bico em quatro brancas interioridades: um avesso felpudo. Figos verdes por fora e tão rubros por dentro, os que as moçoilas apanhavam em grandes quantidades, as saias presas com um alfinete entre as partes, ei-las escarranchadas num galho mais forte, o lenço rodado sob o queixo, atado atrás sobre o pescoço. A medo ou em descarado jeito, papavam um e outro que eram frescos e apaziguavam fome e sede. Comiam-nos inteiros. Casca e tudo. Enfiados na boca que figo deste tipo, maduro pelas branduras de entre Junho e Agosto, é as mais das vezes, figo miúdo. O figo coito para secar nas esteiras, para comer torrado nos frios do Inverno vindouro, para fazer os santinhos . Por vezes, corria do figo um fio de leite. Um peganhento

Claustrofobias, o livro

O culto do objecto. Sendo um livro, começa-se pelo apreço da capa, que é bonita. Passando pelo desígnio do autor, fica-se com a ideia de que há uma tentativa de justificação do acto da escrita, o que, para mim, é sempre improcedente; escrevemos aquilo que queremos ler (ou ouvir contar) e ainda ninguém escreveu (ou nos contou); escrevemos pelo prazer de realizar, é uma forma de edificação como outra qualquer; escrevemos para apertar o nó à corda que se balanceia e nos coloca à prova em cada patíbulo; escrevemos para limpar o baço do espelho; escrevemos por idealismo, o culto de ser autor; escrevemos porque a isso não somos obrigados; enfim, escrevemos! O prefácio é como um bom prefácio deve ser: generoso; exultante, anima de expectativa o leitor. O livro: é pela atmosfera que nos enredamos sem grandes resistências e nos dispomos a estar presentes; se atentos, não nos escapará a interessante ligação temporal entre as diferentes partes da narrativa, que nos parece consonante apesar das in

duas artes

Eram pouco mais de 7 horas e a Meia Praia estava farta, como se da barriga de uma onda tivesse havido um parto desmedido. O cão ladrou ameaçador, ali estava tudo aquilo que ele defendia como seu: os tractores, os cabos, as redes, as gentes e o barco; não seria da sua responsabilidade a guarda do pescado ou quem o levava em caixas tinha o seu consentimento; aceitava sem reservas ruidosas a trasfega. Dois homens afastaram-se daquele centro de azáfama com os olhos ao largo; o barco deles ainda navegava e demoraria; meti conversa e um deles fez-me saber, crítico, que apesar da proibição de viaturas no areal, aquela lava fora puxada por máquinas, um homem ou dois para ajeitar o cabo; – suspendeu por instantes o que me dizia e julguei pressentir-lhe a dúvida; fi-lo continuar dizendo-lhe que percebia; «cabo» fora a palavra que o suspendera; por um brevíssimo instante, ele avaliou quem tinha pela frente, e dispunha-se a alterar a mensagem para a incorrecção de «corda». Por instantes fiquei eu

Condelipas

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Se há livros que convictamente trouxe de casa dos meus pais quando vim para Lagos, foram os dois volumes do Dicionário Lello Universal. Não pelo conteúdo, que, mesmo nos tempos em que estava “actualizado”, deixava muito a desejar, mas, sim, pelas ilustrações. Encontrando-me a folhear o segundo volume do referido dicionário, como muitas vezes faço, ao acaso, deparei, também acidentalmente, com uma entrada que, antes, não havia ainda chamado a minha atenção, a referente ao Conde de Lippe . No já desusado livro pode ler-se: Schauman-Lippe (Frederico Guilherme, conde de ), general alemão, n. em Londres (1724-1777). Foi contratado pelo conde de Oeiras (depois marquês de Pombal), para vir a Portugal reorganizar o exército deste país, missão de que se desempenhou brilhantemente. Comandou as tropas anglo-lusas durante a campanha de 1762 contra os Espanhóis, manobrando com extrema habilidade. Soube disciplinar e instruir as forças portuguesas e dirigiu com grande acerto os trabalhos de defes

Lenga Lenga Lacobrigense

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(O Enterro do Entrudo-anos 50) Chegavam de todo o lado. De bairros de velhas ruas, de becos e quintais, gente boa simples anónima e sem nome,…Apenas, apenas “Alcunhas”. O ar cheirava a frio, som, cores e a alegria, era um Carnaval da província. A Praça da Música aonde nas tardes frias de inverno, corpos frios aqueciam ao sol, era o lugar do festão. Numa calçada quadrangular, no centro no meio de alguns bancos, vivia um coreto insípido, domicílio de pardais, aonde nada ou quase nada acontecia. Alguns papeis coloridos esvoaçavam presos a fios de pesca. …A noite comia o dia. O cheiro do polvo na brasa, dos grãos torrados da batata doce cozida, das castanhas assadas das filhós e “seringonhos”, era contagiante. Em cada recanto da Praça vendia-se guloseimas; A Maria das Caldeiras das castanhas, a ti Rita das pevides, a ti Caetana dos pirolitos e tio Frederico Feles com os seus Drops Americanos. Junto ao Mercado de Escravos a voz do Zé Maraquilhé. -Quem quer comprar Maraquilhé? Sob a protec

Sueste

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Quando o Sueste chega e se aconchega e o ar fica encharcado de sal, há uma energia, primordial e intensa, que toma conta do corpo e do mundo. Uma intoxicação pura e límpida. Um acometimento do ser. A inalação da vontade dos deuses na exalação do suspiro da ânsia da espuma. De mar e de sal. O tempo pára quando desapareces no turbilhão das ondas. Que te possuem, enrolam, batem e embalam, devolvendo a respiração, aos que, por se darem, nadam respeitar. Escorres em luz e sol, alma e mar, secando a pele ao calor do sal.