Lenga Lenga Lacobrigense

(O Enterro do Entrudo-anos 50)

Chegavam de todo o lado.
De bairros de velhas ruas, de becos e quintais, gente boa simples anónima e sem nome,…Apenas, apenas “Alcunhas”. O ar cheirava a frio, som, cores e a alegria,
era um Carnaval da província.

A Praça da Música aonde nas tardes frias de inverno,
corpos frios aqueciam ao sol, era o lugar do festão.
Numa calçada quadrangular, no centro no meio de alguns bancos, vivia
um coreto insípido, domicílio de pardais, aonde nada ou quase nada acontecia.
Alguns papeis coloridos esvoaçavam presos a fios de pesca.

…A noite comia o dia.

O cheiro do polvo na brasa, dos grãos torrados da batata doce cozida,
das castanhas assadas das filhós e “seringonhos”, era contagiante.
Em cada recanto da Praça vendia-se guloseimas;
A Maria das Caldeiras das castanhas, a ti Rita das pevides,
a ti Caetana dos pirolitos e tio Frederico Feles com os seus Drops Americanos.
Junto ao Mercado de Escravos a voz do Zé Maraquilhé.
-Quem quer comprar Maraquilhé?

Sob a protecção da Igreja de Sta. Maria,
naquele coreto, de ferro velho pintado e pedra fria,
ia á cena uma cegada sobre a morte do Entrudo.
Chegavam de lã vestidos e de samarras da Feira-franca,
personagens de mistério, uns mascarados outros entrapados
e até alguns desnudados, da zona do cemitério.

Montada a tralha no coreto começava o bailarico.

O Inácio sagreiro que não cobrava dinheiro, fechava os olhos e abria o fole,
o Atóine da Chã, o Mané Major cabeçudo, o Augusto da Muleta na guitarra,
o Lava a Cara no “jaz”, o Jaquim Xaiôta na gaita e o Zé Cailogo nos pratos.
O Eduardo Chapagem no bombo, o pai Falé no harmónio, o Manél Carreiro na concertina, no contra baixo o Paixão (pausa) e o Artur Baldeôrras que endoidava a orquestra, num samba de ocasião.

De uma assentada chegaram;

O Portela, a Peidoca, o Domingos Xinês, o Henriquinho-Bom-Mocinho
o Zé Raxú, o Redondo, o Fecha-a-boca-Antero, o Leonardo coxo, o Canta o Galo, o Chico da Cal, a Latombas, os Capa branca, a Chica Dezoito, o Brinca-á-Sombra, a Derrete e a Barcelisa, A Chica Ragatôa, a Rabina, o Joaquim Porco, o Xico Calhau, o Cabecinha d’Alho, a Jorgina Ramelica, o Orelha Ratada, mais o Sr. Prior e de Espiche veio o Chico Penico com o seu fato multicor.


Comiam bebiam e dançavam, qual Rio qual Koeln ou Veneza ?
Este era o carnaval nº.1 com certeza.
Na noite de sede de farra, já se dançava. A malta pulava, roçava e
rosava até o sangue ferver. Ao longe, os “mirones” - o João Café,
o Victor-pé-chumbo, o João Toureiro, o Carlos Sorna, o Zé Manél Balofo
os irmãos Bacalhau, o Carlos Tarzan, o João Tramoca, o velho Graça Mira
(sentado na motoreta), a Vitória Gata-Assanhada e isto ainda não é nada!

Mais um copo, uma aguardente, tocava o sino na igreja, - qual óleo,
qual aguarela - do Armazém Regimental, a controlar o espectáculo
espreitava o Júlio Ramela.

Enchia-se a Praça, de gente anónima com graça;

O João cowboyada, o Marinho engraxador e até o padre Eudoro, que ainda há quem por ele chore. O Caindinho, o João Ramelica, o Marinho Tarejo, o Adelino Racú, a Julieta Canané, o Xico Feio, o Martins dos caixões, o Gilberto Lambeta, o Armando Cowboy-Preto, o Chico Panco, o Zé Xotinha, a Ilda Pardal, a Miss Lixívia, as Pá-Caiádo, o Júlio Puto, o Borda-d’água, o Chorão e tio Gaspar Galinha que até disse que não vinha.

Comentava-se, que o Enterro vinha a caminho, mas ainda não!...
- Que desilusão, dizia o Rogério Aldrabão.
Era a Banda Filarmónica, que quer sim ou não se queira, o maestro era o Palmeira.

Atrás;

O capitão Abóbora, o Jesíno, o Zé Umílo, o Alcatrás, o Sebastião Lulu, o António da Sabina, o Armindo Ranhoso, a Laurinda maluca, o Armando Bicho, o Zé Sapateiro, o Barroso barbeiro, o Atóino da Marranita, o Janita churrú, o João Marreco, o Zé Lagarto, o Ilídio Bocage, os irmãos Macaco, o Jorge da Paulina, o Joaquim Besugo, a Vá ao Mar, o Cabeça de Boi, o Jeitoso, a Magana, o Lombriga, o Bota Fogo, o Calminha, o Gravatinha e ás páginas tantas, o Ladrão-das-Luvas-brancas.

Continuava o bailariro.

O Inácio sagreiro que não cobrava dinheiro, fechava os olhos e abria o fole,
o Atóine da Chã, o Manél Major cabeçudo, o Augusto da Muleta na guitarra,
o Lava a Cara no jaz, o Jaquim Xaiôta na gaita, e o Zé Cailogo nos pratos.
O Eduardo Chapagem no bombo, o pai Falé no harmónio, o Manél Carreiro na concertina, no contra baixo o Paixão (pausa) e o Artur Baldeôrras que endoidava a orquestra num samba de ocasião.

O Presidente da Câmara levantou-se da cama p´ra ouvir a banda tocar.
O sr. Padre de joelhos já com os olhos vermelhos, de tanto rir e chorar.
O Jaime Graça falava. Cuspia um cigarro que roía e de olhar esbugalhado,
quase caía para o lado sem saber o que dizia.

Vendiam-se bilhetes p´ra rifa. O Zé-dá-Peidos o tesoureiro, p´ra festa do
ano seguinte era preciso dinheiro. A quermesse também lá estava com o
seu pequeno leilão, às receitas da igreja era feio dizer não.

A rapaziada da Barcaça disse sim estava presente,
isto era bonito e alegre, fazia a malta contente.

Não parava de chegar o povo lacobrigense;

A Xica Janota, o tio Jaquim-das-Vacas, a mademoisele a Vargas, o Jacinto-pé-de-Galo, o António Loiça-fina, o Rogério Monhé, o Florindo-o-Burro-é-Meu”, a Cara Linda, o Artilheiro, o Jaquim Canané, o tio Alhinho, o Rogério Piolho, a Antonieta Martela, o Joaquim Caca-Seca, o Aníbal Setenta, o Armando Rata-Morcelas o Quatro Olhos, a Quarenta Cabelos, o Mata gente, o Camachinho, o António Lipica, o Joaquim-Sabe-Tudo e eu ainda não disse tudo.

Cheirava a Pó-de-Arroz, a Naftalina, a Água das Rosas e Brilhantina.
A ranço das frituras, bagaço e cerveja. E a garrafa de vinho embrulhada num jornal, para que não se veja.

Algures a voz do Palmeira – Tá xegadinho, vé lá vé lá!

A meninada que por ali brincava seriam mais tarde;
O Chico General, o Come-e-drome , o Carlos Fininho, o Estoia
o Zé Sopapo, etc.

Em acordes ressonantes
inspirados na aguardente,
ia safonando a orquestra
p´ra animar aquela gente.

O Inácio sagreiro que não cobrava dinheiro, fechava os olhos e abria o fole,
o Atóine da Chã, o Mané Major cabeçudo, o Augusto da Muleta na guitarra,
o Lava a Cara no jaz, o Jaquim Xaiôta na gaita e o Zé Cailogo nos pratos.
O Eduardo Chapagem no bombo, o pai Falé no harmónio, o Manél Carreiro na concertina, no contra baixo o Paixão (pausa) e o Artur Baldeôrras que endoidava a orquestra num samba de ocasião.

Como loucas, dançavam a Calhau, a Zé Marau, a Mordela-de-cão e a Bertelina Môcha mascarada de lata de banha, que ao encontrar par teve uma sorte tamanha.

Chegavam os retardários;

O Zé tónio-mata-agente, o Zé Manél Pifano, o Xico Setúbal no seu pregão
-quem quer comprar carne de porco vá a rua da Zorra!, o Jôquim Caca-seca,
o João Melão, o Romeu Pacote, o Zé Garrôcho, o Jaquim Caldeirada, o Américo Pintor e o Serafim Caiador. O Aparício Gago, o Zé dos Chibos, o João Despachadinho, o Xico Salmonete, o Calanito, o Chupa-dedos, a Engole-espadas, o Makuna, o Lopo-Môcho, o Jacinto Cuco, o Adelino Sagorro, o João Bloito, o Joaquim Roxinol, o Jesus Martelo, o Barriga de Vaca e o Augusto “Gramesil” que dava um e queria mil.

Aumentava o burburinho o Enterro estava a chegar. Era a loucura!
Qual feira qual romaria . Ouviam-se gritos e gargalhadas o cortejo estava ali,
abriram-se fileiras para o cortejo fúnebro passar – tira da frente! tira da frente! – dizia o Palmeira, enquanto alguém gritava no Coreto.

– Parem o baile parem o baile, -chegou o Enterro (comédia e crítica social).
…Ia à cena a Cegada.

A moçada fugia do Ti Zé Lúcio. A um canto, impávido mas sereno,
o tio Zé justo apreciava a festança, passavam as senhoras finas
de mais uma sessão de Canasta , ouvia-se ao longe – áh Malçoado – a voz do Raul d´Alvôr. Pararam de dançar duas damas, Borradas de Chocolate, e o ti Zé Sagreiro com a Elvira Vila Real.

Riam-se moças sem parar
sofria o Abílio Sacristão
que com as calças na mão,
estava à rasca p´ra mijar.

Figuras simbólicas, formas abstractas.
… O Enterro - finalmente a Cegada!

O caixão aberto os acólitos em desespero. O Zé Gaspar era o juiz,
o Raul Saltirico a viúva, que de vestido negro mais negro que a sua triste sina,
gritava desalmadamente. O morto piscava o olho derramando riso
num copo de aguardente. Algumas carpideiras gemiam cinicamente inconsoláveis.
… Por um funil soava a leitura pública do testamento.
Em suave deslizar saíam do caixão à luz de tochas de fogo, as tripas (salchichas) do Entrudo. Era a risada, a alegria de toda aquela gentinha e o resto até se adivinha.
E o Manél Morto-e-Vivo quando viu o caixão, caiu-lhe os t…… no chão.
As mãos do Cangalheiro remexiam a matrafona doida de endoidecer que
gritava gritava, não sei se de dor ou prazer.
Do testamento injusto discordava a família; um queria as botas outro o
chapéu de coco, era um desafio verbal próprio de Carnaval, a matrafona chorava
que ele não deixara nem um tostão.
…Morreu teso! Dizia.
-Teso? Disse o António Milord olhando p’ro caixão - isso não estou a ver!

Continuava o testamento:
- Este pobre coitado deitado e”escarado”, morreu de uma grave alergia ao trabalho.
Deixou um tacho de barro p’ra papas, dois púcaros sem asas, e um penico de…

Desmaios, gemidos, arrotos de batatas doces e cerveja, a cada frase do Juiz.
Gritos lacinantes da viúva e dos familiares faziam eco nas paredes da praça.
A multidão engrossava, gargalhava, delirava e esmagava-se para tocar
as tripas do Entrudo que andavam de mão em mão …Que grande Enterro!
Ouvia-se a algazarra das máscaras vindas do Marítimo, do Metalúrgico, do Sport(e),
do Grémio, dos Artistas e dos Ricos.

A gente não parava de chegar. O envolvimento colectivo e popular, era uma invasão da folia.

O Jôquim Pute-su-mãe, o Victor Barrigana, o Joaquim P’rico, o Pinduca,
o Prega-Saltos, o Enredo do Odiáxere, o Ventas de Lona, o Pintainho,
o Atóino Sissi, o Xico Pequenino, o Zé Ilhéu, o Tóino Gorgulho, o Carlos Cágui-té
e o Mané Gago.
Nas escadas da Messe dos Militares, os irmãos Papo-Seco, o Carrasquinho Gagá,
o Xico Estragado, o Zé Tónio Arez o João Gigante e os Capadinhos faziam uma Tiborna com um casqueiro do Gilberto.

Acabou o Enterro saíu a Filarmónica gemendo uma marcha fúnebra desafinada e a orquestra voltou ao coreto.

O Inácio sagreiro que não cobrava dinheiro, fechava os olhos e abria o fole,
o Atóine da Chã, o Mané Major cabeçudo, o Augusto da Muleta na guitarra,
o Lava a Cara no jaz, o Jaquim Xaiôta na gaita, o Zé Cailogo nos pratos,
o Eduardo Chapagem no bombo, o pai Falé no harmónio, o Manél Carreiro na concertina, no contra baixo o Paixão (pausa) e o Artur Baldeôrras que endoidava a orquestra num samba de ocasião.


Dançavam saltavam deliravam, era um arroubo do espírito.
Já ninguém se entendia na noite que já era dia… O som o suor e o vinho,
qual feira qual romaria!?

A orquestra não parava;

O Inácio sagreiro que não cobrava dinheiro, fechava os olhos e abria o fole,
o Atóine da Chã, o Mané Major cabeçudo, o Augusto da Muleta na guitarra,
o Lava a Cara no jaz, o Jaquim Xaiôta na gaita, e o Zé Cailogo nos pratos.
O Eduardo Chapagem no bombo, o pai Falé no harmónio, o Manél Carreiro na concertina, no contra baixo o Paixão (pausa) e o Artur Baldeôrras que endoidava a orquestra num samba de ocasião.

Soaram dois apitos ?!, A Guarda Republicana. Perto da parede do rio,
sarrabulho pancadaria, os Piguinhas, o Zé Careca e outro armado
em atleta, lutavam na multidão. Estava a pintura borrada e a festa atazanada,
saiu da praça a orquestra e o baile chegou ao fim. Voltavam pescadores do mar e
a gente começou a zarpar.

Acordava o Sol dorminhoco, soavam os sinos p’ra missa.
E uma voz rouca bocejou!

- Até para o ano.


*Conheci todas estas pessoas
com as respectivas alcunhas.


O tempo não apaga

A Lagos que eu vivi,

Tantos sonhos e ilusões

No dentro d’eles cresci

(misto de realidade e ficção) à Lagos da minha infância

Armindo Gaspar

Comentários

éf disse…
hehehe... já conhecia. é giro quando a idade nos impele a fazer os balanços da memória e nos afoitamos a dar corpo às nostalgias.
;)
Reino do Algarve disse…
Parabéns, simplesmente emocionante! Adorei recordar estas personagens tipicas e alegres, muitos nomes já se tinham apagado na minha memória, e muitos outros foram esquecidos aqui, como por exemplo o Jaiminho despachadinho, o Henrrequinho, "que é que comeste hoje", o Piscarreta, sei lá tantos, éramos uma família pobre e muito numerosa, éramos uma família de artistas.
Que bom recordar os grandes nomes qe fizeram parte do conjunto de amizades e conhecimentos de outrora.
Bjs Zita
vieira calado disse…
Ainda bem que apareceste, ó Armindo, ainda que por interposta pessoa!
Um abraço.
Anónimo disse…
dois monumentos literários de lagos nesta página. este- que grande espectáculo que isto dava- e a praça da câmara do calado.
Anónimo disse…
Este era o carnaval nº.1 com certeza.

Quanta Inocência!

Está a fazer falta.

Boas noites!

Alarico
Anónimo disse…
desconhecia este blog:)
Ainda bem que o vim espreitar, vou linka-lo no meu blog, se não se importar.

Abraço de uma Lacobrigense:)
Lúcia
vieira calado disse…
Sabe Alarico, no ano de 1961, creio, quando os indianos invadiram Goa, Salazar, em sinal de luto, decretou que, nesse ano, não haveria bailes de Carnaval, no país.
Pois bem; Lagos terá sido a única cidade do país que não acatou a ordem!
Peter disse…
Já vi nos comentários uma visitadora assídua do meu blog. Muito possivelmente foi através dele que chegou ao seu.
Deixe dar-lhe os parabéns pois tem uma vasta obra publicada. Tem vastos interesses e os posts demonstram profundos conhecimentos.

Gosto de Lagos, onde tenho um apartamento e a minha filha e o meu genro construiram uma vivenda nas proximidades e são professores do Secundário por aí.
Makejeite disse…
Guardei este texto não vá ele desaparecer daqui e perder-se num computador qualquer avariado. Tenho-o no meu arquivo. E guardei-o porque o considero digno de uma peça de história recente. Desde os nomes às figuras está tudo absolutamente soberbo.
Tareca disse…
Emocionante!
Adorei, adorei, adorei!!! Obrigada
Que bom recordar. Conheci algumas (muitas) dessas figuras.
1961, ca ganda ano. Ano de belas colheitas, como por exemplo moi même (gaba-te cesto!!!!)
Anónimo disse…
OBRIGADO AMIGO POR TER LEMBRADO ESSA GENTE SIMPLES,QUE CONHECI,ESSA GENTE FORTE QUE QUER QUEIRAM OU NÃO SÃO UMA PAGINA LINDA DA HISTORIA DESSA TERRA MÃE.
June disse…
Fantástico! Até comove.
Parabéns pelo post.
Um obrigado pelos comentários à minha lenga-lenga

dois Abraços (para elas e para eles)
Anónimo disse…
ola papi!!!
a lenga-lenga està, super!! como... (jà te tinha dito).
"palavras p que?"
tu és um artista :)
jinhos da filhota paty
Anónimo disse…
as iniciais do nome da zita serão: M.E.C.M.H.
Anónimo disse…
Concordo com tudo o que li e conheci todas estas pessoas.
Zé Bassora
Anónimo disse…
o Zé Bassora é o J.de A. e morava en frente dos citados "capa branca",será?
Anónimo disse…
Sou eu, sim senhor: José de Almeida.
Anónimo disse…
zé de almeida:vi-te há uns tempos atrás na britaica e fiz-te sinal, mas não fiquei convencido que me tivesses reconhecido, lembras-te de mim? estás por cá?
Anónimo disse…
procuro maria jose "zezinha" ela tem irmao que se chama ze se alguem me puder ajudar agradecia. silvia borges
Marota disse…
E eu ando à procura do numero de telefone do Joao Tramoca e da Heide e como não conheço o nome deles não posso procurar nas listas telefonicas :( quem ajuda?
Carlos reis disse…
Excelente lenga lenga, mas gostaria de ter visto tambem a alcunha do meu avô.que foi o Manel Burreco

Mensagens populares deste blogue

Deodato Santos - Artista? Figurinista? Escultor?

Chamou-lhe um Figo