É com algum embaraço que, finalmente, ouso romper a cor do meu espaço branco.


Nada de verdadeiramente interessante.


Um rabisco.


Um rascunho.


Uma tentativa de rasgar a tímidez


abrir de vez uma porta que me leve a aventuras mais sérias.




Gosto de desenhar e não sei.


Mas é assim, dá-me gozo...




Gosto de rabiscar gente.


Corpos de pessoas assimétricas


desajustadas das noções de estética estabelecidas por quem é


realmente


feio.




Gosto de pessoas corporalmente expressivas.


Só essas se encaixam nas desproporções dos meus rabiscos...




Tenho rabiscado pés de gente. Pézinhos.




(Manias...)




Saíu-me um rabisco de bailarina.


Tem uma história por contar na dança que eu imaginei.




Hoje rompo a cor do meu blog branco. Ainda é cedo para romper o silêncio.




dança
no perímetro da escarpa afiada
trezentos e sessenta graus
de cintura quebrada



Comentários

ND disse…
que coisa mais bonita, Mena!!! Tudo! Foi um começo radioso. :)
Fátima Santos disse…
e sabes que o fazes bem
e sabes que és, ao momento, o desafio que busco desesperadamente :)
Anónimo disse…
Parabéns, texto e desenho espectaculares, fostei mesmo! Beijo, Mena!
éf disse…
Um poema em pontas, rompe mais.
;)
... disse…
Com o devido apreço pela vossa visita e com respeito por opinião contrária digo que não existem pessoas feias.
Aos olhos de uns parecemos feios, mas aos de nossas mães somos sempre bonitos.


Pablo Neruda tem um poema dedicada aos pés da sua amada.
ND disse…
se fossem os olhos das nossas mães a nos fazerem bonitos!...
coitado de quem tivesse mãe invisual, ou morta antes dos outros repararem o quanto somos feios.
Mena G disse…
Respeito todas as opiniões.
Talvez não tenha ficado muito explícito no texto, mas, ao referir-me "a quem é realmente feio", não tinha em mente o aspecto físico.
Isso é absolutamente irrelevante para mim.

Não viverão monstros dentro de pessoas exteriormente belas?
vieira calado disse…
O conjunto que aqui nos trazes está bastante bem composto.
Beijinhos.

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