culto da figueira


Conta-se nos livros que foi nas tuas folhas.
Com elas terá Adão escondido vergonhas,
e Buda terá escolhido caminhos sentado à sua sombra.

Casta figueira.
Singela de te florires garrida,
que tu escondes tuas flores no ventre carnudo do sicónio.
Teu fruto que terá sido alimento de reis e de profetas,
o suculento figo.

E aos rigores do inverno,
já te despiste de teu manto verde,
já cairam por terra tuas folhas como mãos espalmadas,
e tu sobes teus ramos aos ceus,
e eu cuido que oras.

Mas mal chega o fino odor a primavera,
rebentas em folhinhas salpicadas.
A natureza clama aleluias num novo ciclo da figueira.




Comentários

Anónimo disse…
CONFESSO-LHE QUE NÃO SOU MUITO DE APRECIAR A SUA POESIA. ACHO-A BASTANTE, DIRIA PESSOAL EM DEMASIA, POR ISSO FRIA E POUCO DE TODOS, COMO JULGO QUE É PRÓPRIO DE UM POEMA. NÃO É O CASO DA DE HOJE. POR ISSO AQUI ESTOU A AGRADECER-LHE O MOMENTO DE PRAZER QUE ME PROPORCIONOU . FUGAZ, É CERTO. MAS INTENSO E PURO!

DALUZ
Elisabete disse…
Bonito poema! E os figos são tão bons!

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