ARTISTAS - Carl Zimmerling

carl zimmerling
 

                                                                             foto inês silva - ccl

em berlim, com um colega de curso, combinaram um exercício que consistia em, fossem quais fossem as horas, fotografar o outro irrompendo no seu alojamento, fosse qual fosse a situação encontrada.

em paris desenvolveu um trabalho de fotografar casais  em meios artísticos, de todas as idades e de todos os sexos.( o casal, viver a dois, envelhecer a dois).

viver de outra maneira começou com a ideia de instalar-se na praia da salema como pescador. fotógrafo profissional para ele a fotografia é: actualidade. sempre. não é culpa da fotografia se o envelhecimento dos que reconhecendo as pessoas ou as coisas fotografadas, depois a cobrem de mística nostálgica que ela não contem. não é culpa da fotografia se a pessoa atribui ao passado qualidades não presentes no presente actual que já não é o seu. qualidades, que no seu tempo de presente , esse presente muito provavelmente também não continha.

hoje pratica a fotografia como profissão e arte não sentindo a pressão de outrora, sem a competição própria a esses meios, passando para segundo plano a ânsia do  êxito.

arte que, como atualidade que é, tem que necessariamente passar por observação. quem diz observação diz compreensão do facto observado, quem diz compreensão diz análise critica: um do seu trabalho presente na Mala mostra três animais esmagados na estrada, tendo por cima do corpo três conhecidos emblemas de automóvel.
o olhar afiado da máquina fotográfica não serve para invadir a realidade intima do fotografado. é uma ideia ligada a uma noção que inventou também a medicina intrusiva, que precisa de abrir o corpo.
 viver de outra maneira, não foi possível como pescador, mas encontrou transformação mais profunda ao conhecer o budismo zen, tendo formado um centro em barão de são joão. a arte, como meio de aprofundamento da realidade pessoal, pelo que contem de EGOMANIA ( timo dillner), não passa de um incipiente meio.