a rela i(nte)rrompendo

Um bichinho de nada.
Talvez uma folha seca caída da latada.
Espalmada no vidro da janela, o contra luz conferia-lhe aquele vermelho acastanhado de parra envelhecida,
mas estremeceu com modo de bicho, e não seria de lhe ter dado o norte, que nem soprava vento ali naquele recanto.
E eu a distrair-me do anedotário, aponto.
- Rela - disseram de pronto, pausados e em uníssono, os eruditos.

E eu a querer o momento, eu a querer o registo: "Zé Francisco!" a trepidar o sossego da noite, mais do que os risos que se tinham feito, mais do que o vento norte zunindo mata adentro.
- Tira uma de bem perto! - insisto,
e a rela aos saltinhos a fugir dos pés da gente.

Perdeu-se na noite.
E perdeu-se no éter aquela anedota do Zé Calado...



Comentários

Anónimo disse…
Estou a ver que foi um bom serão...
E eu de trbalho até meia noite...
:(
Mena

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