VIEIRA CALADO

50 ANOS DE LITERATURA

O Poeta de Lagos, está agora a expor, na  secretaria dos antigos Paços de Concelho, obras recentes além de  toda a sua obra que preenche meio século dedicado à literatura. Pois não foi só em poesia que o autor produziu excelência, também tem obra em ficcão científica já publicada e ainda para próxima publicação.
A parte da obra recente que agora exibe, e que já fora apresentada no Arteburguer da Luz, de Cristiano Cerol, apresenta uma inovação na arte de apresentar poesia. Não se trata de decorar o poema com uma qualquer sugestão de imagem, mas sim de criar, pelos modernos meios tecnológicos de programas de computador, uma envolvente que poderíamos denominar à maneira clássica, um quadro pictórico. Resultados atraentes que não são, como já se referiu, uma decoração do poema, mas sim uma totalidade, já que, a criação da imagem, tem o mesmo sopro que a criação do poema. De tal modo o autor sente o peso do resultado, que não pensou ainda em desfazer-se desses quadros, a menos que lhe apareça "uma oferta irrecusável", coisa que não é de admirar que aconteça.
Não se perca esta oportunidade de ver esta interessante exposição e certas edições poéticas podem ser adquiridas, mesmo que o autor no momento não esteja presente, bastando para isso falar com a funcionária da recepção.
O poeta não se limita a viver na sua torre da marfim. Tem sido também um agente cultural.
Perguntemo-nos se existiria poesia em Lagos sem a sua acção. E não apenas as regulares vendas das suas obras, através de feiras do livro, que habituaram e criaram público, como ainda uma sua iniciativa "5 Poetas de Lagos", que despertou em muitos, gosto e vocação para a mais difícil e nobre conquista do homem que é a ciência e a tecnologia da palavra escrita.
Na sua paixão pela astronomia, e consequentemente pela preocupação do lugar do homem no universo, teve intervenções que impressionaram os alunos nas secundárias de Lagos, e que vieram a proporcionar um convite para uma congénere farense. Este exemplo, que se torna admirativo porque raro, infelizmente, chama a atenção para o conhecido fenómeno de centralidade do ensino, fixado em valores e programas fabricados em Lisboa, ignorando a importância do conhecimento colectivo a partir do microcosmos local, como se geral e particular fossem fenómenos antagónicos.
foto inês silva - ccl
 A educação burocrática que modela as gerações de professores, é feita propositadamente para que estes cumpram programas e sejam impedidos de produzir aulas criativas formando alunos criativos. Não estudar a realidade próxima envolvente e centrar a aprendizagem de conhecimentos no "marranço" e no "encornanço" é atrofiar indivíduos e gerações.
E aparecerem impulsos avulso, fruto de algum professor mais voluntarioso e inconformado, não assente num programa e num projecto consistente e regular, pode ser um risco porque banaliza e se deixa capturar pela estatística "ah! nós fizemos".
Sempre disponível e lançando ideias para intervenções nas escolas, sobre poesia ou sobre astronomia, Vieira Calado tem promovido cultura, e os artistas quando promovem cultura, não são locais. Se usam de autenticidade e de honestidade basta-lhes "estar" e são universais.

Comentários

vieira calado disse…
Um só reparo, Deodato.

Ainda não publiquei ficção científica.

Brevemente é que sairá "A Febre do Ouro", a ser apresentado na Feira do Livro da Luz.
O que publiquei foi Divulgação Científica:
"A Terra e as Estrelas", apresentado juntamente com uma palestra que fiz "A Comunicação Presencial e
Não-presencial, ao Nível Galáctico", nas Escolas Secundárias de Lagos - onde foram oferecidos exemplares a todos os mais de 150 alunos presentes (e em Faro), como disseste,

e "Breve História dos Cometas". lançado o ano passado, na Feira do Livro da Luz.


* A sardinhada - Ok!

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