DESPEDIMENTOS NA CÂMARA E RECONVERSÃO DO PARQUE DAS FREIRAS

O Presidente da Câmara de Faro dizia na televisão que já muitas coisas não são feitas, para poder pagar funcionários, mas que não é provável que haja despedimentos.
Nós sabemos o que isto quer dizer. Ainda mais vinda de uma pessoa que há pouco tempo andava muito activa em manifestações contra as portagens na scut algarvia, mas que recentemente as aceitou.
Também na televisão um  reputado economista afirmou que todo o tipo de produção que possamos fazer conta imenso para sairmos da situação em que nos encontramos.
Ignoramos se alguma autarquia do país poderá estar descansada quanto a reestruturações que obriguem a despedimentos, a de Lagos incluída.
Decisão dolorosa, cheia de implicações sociais pois que, tal como sabemos, são muitas famílias que ali encontram o seu sustento. Como principal empregador do concelho, imagine-se o descalabro social que daí pode advir.
Fazendo fé nas palavras do reputado economista, podem os nossos decisores camarários encontrar maneiras de retardar e minorar tal situação ao mesmo tempo que se tira rendimento de bens colectivos existentes.
Referimo-nos neste caso à Cerca das Freiras, (pobremente denominada Auditório Municipal) que para além de proporcionar alimentos para os mais necessitados e para as instituições sociais, poderia empregar, sem necessitar de despedimentos, alguns funcionários da câmara, sob objectivos de rigorosa produtividade.
Fazer da Cerca da Freiras a horta que nunca deveria ter deixado de ser e o jardim que deveria ter sido.
Poderia ser um museu vivo em que se reconstituiria as produções aí possíveis, a produção de figo fresco ou seco e suas aplicações em doçaria, e poderia ser uma escola hortícola de pesquisa, onde até qualquer habitante poderia reaprender técnicas e ter a sua própria leira.
A Cerca das Freiras  era com várias outras, as servidoras de produtos frescos à cidade. Delas fala Vieira Calado no seu livro agora saído ALGARVE DE ONTEM, que será posto à venda na Feira do Livro na Praia da Luz, no próprio dia em que o poeta dá o seu nome a uma figueira, em momento de poesia participado por vários confrades e amigos.
É neste sábado às 21 horas e o poeta será transportado em charrete, precedida por duas éguas, até ao local frente ao antigo posto da Guarda Fiscal.
Esta homenagem a uma figueira chama a atenção para a necessidade de retomar aquilo que nunca deveria ter sido abandonado (criminosamente abandonado por saloios que opuseram nação a globalização), e se na Luz de Lagos é assim valorizada, a figueira é, na Luz de Tavira, alvo de ampla visão empresarial, com a plantação de quarenta hectares dessa árvore que representou uma das maiores riquezas algarvias.
A Cerca das Freiras, como outros, são exemplos daquilo que se pode fazer na tentativa de evitar graves situações sociais que podem decorrer de uma cega aplicação das regras que nos estão a ser impostas.
E, não é de estranhar, que poetas proponham soluções criativas, poesia é isso.








Comentários

vieira calado disse…
Bom...

agora já é público!

Fui apanhado descalço...

Estou inocente!

Não estava à espera de nada disto

e muito menos o preparei!

Mas... mãos ao ar!

Já foi cozinhado.

É comer... e calar!


Um abraço, meu caro Deodato!
francisco disse…
por isso tenho visto umas freiras, para cá e para lá, calcorreando a cidade nas redondezas do parque. serão as monitoras dessas ocupações para funcionários públicos?
francisco disse…
Macário Correia ao Jornal PÚBLICO 9.8.2011

Público: Choveram críticas por ter dito que a introdução das portagens na
Via do Infante é inevitável. Como o explica?

M.C. - Fui contactado por um jornalista que me perguntou o que achava do processo das portagens [na Via do Infante, a A22], e eu disse-lhe aquilo que sempre achei - que é algo muito injusto para o Algarve. Mas se me perguntar se acho que são evitáveis neste momento, contra a minha vontade presumo que não são evitáveis. A troika tem isso expresso no memorando, isso foi assinado pelos três partidos do arco da governabilidade. Não disse em lado algum que era a favor das portagens,apenas disse que me manifesto contrário a um acto que é injusto, numa circunstância que está explicada por A mais B que vai gerar mais acidentes na EN125. Houve um uso abusivo daquilo que eu disse.
Anónimo disse…
O que o auditório pracisa é de ser convertido,e torná-lo num local aprazivel! Lagos precisa de eventos para lhe dar a alma que não tem! o problema é que Lagos tem sido govarnado por merceeiros!...

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