esta 4ª feira, com timo dilnner, faláramos do feitiço e da magia da arte. três pessoas vieram falar-me da exposição a decorrer no centro cultural e uma delas, estava encantada com o par de velhos, pois era uma imagem que o transportava a buenos aires, onde num decrépito e decadente local (enquanto recortava as letras para o título, vindo não sei de onde, magia da arte, veio-me ao espírito "herido de soledade ") de tango, vira um casal de oitenta anos que mal se movia mas que mesmo quase estáticos, davam ao corpo as posições clássicas. os senhores eram indianos, vivendo em viena de áustria, um deles goense professor de música na universidade, casado com a senhora brasileira. mais feitiço.
mesmo uma estória à jorge luis borges, dilecto homem de buenos aires, neto de portugueses: um artista faz umas figuras sem pensar em nada  e, nalguma parte do mundo, ou do universo, essas pessoas existem. magia da arte.
o senhor que me pediu o contacto, adquiriu uma casa no concelho e ao saber que habitava barão de são joão disse: uma terra especial. tal como escreveram os repórteres da revista Visão, esta semana.

Comentários

Mena G disse…
Vou voltar a fotografá-los (os pares da dança) com mais tranquilidade.
Os "velhos" merecem mais atenção.
:)
Enganam-se os que pensam encontrar fraqueza na velhice; são como paginas-ano pós ano-pagina, em força e conhecimento, digo que melhor ser velho ou criança, ter paginas em branco ou reler o que escreveu... estar no meio da escrita é confuso, e ter a responsabilidade de escrever certo, proveitoso e feliz, doi. O feitiço não existe, a coragem de tornar a vida mágica é de poucos...minha fé é um grão de mostarda, e nem sei dançar tango, de proveito seria aprender aos oitenta, desaprender aos noventa e reaprender aos cem.
deodato santos disse…
aprender,desaprender,reaprender. a elas segue-se a verdadeira resposta. que deixa de ter importância, porque passamos a ser a consciência do todo. onde parece-me não haver lugar nem interesse para a memória acidental, parcelar e ínfima, do que foi individuo.

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