ALMEIXAR
A minha participação no Sarau Poético em louvor do figo seco:
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As minhas remotas recordações levam-me a esse lugar,
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As minhas remotas recordações levam-me a esse lugar,
esse encantamento da minha infância, o espaço de quietude
 
entre os canaviais dum almeixar, seus odores a funcho
 
bronzeando a face esverdeada dum figo ao sol de agosto.
 
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Adivinhava-se o puro açúcar dos melaços na esteira
 
à moda dos antigos mouros que eternizaram o ofício
 
dos frutos para os frios vindouros do duro inverno
 
e o derradeiro esplendor do sol num sinal de tempestade.
 
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E quando a tarde declinava na harmonia terminal do dia
 
ao despontar do harpejo dum grilo singelo e solitário,
 
a sinfonia do seu canto iria ecoar nos meus sentidos
 
o apelo tranquilo transparente que ainda vem da terra.
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 em ALGARVE ONTEM, recentemente publicado
 
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