Maurício Sintra
35 anos de fotografia no antigo Posto de Turismo
de Lagos, na primeira
quinzena de Agosto.
Local de gratas recordações pois aí funcionava a biblioteca gulbenkian, onde, com a ajuda do sr. Ribeiro, saciava a sede de conhecimento. Talvez aí tenha começado a compreensão que tem da vida, que o levaria depois a abraçar ideais de empenhamento cívico, como aqueles que o conduziram a ser um dos fundadores do Movimento Ecológico de Lagos. Ou ainda à observação astronómica e ao consequente interesse pelo fenómeno ovni, para cujas revistas especializadas fez reportagens de avistamentos tanto de outros como próprios.
O que procura plasmar em imagem, da realidade que observa, é o pormenor estético que transcende o imediato, a sugestão poética, o enquadramento que estabelece relações. Procura que também persegue na criação poética escrita, estando representado na antologia Cinco Poetas de Lagos.
Aderiu ao digital tendo esquecido o aparelho analógico nas prateleiras.
Hoje já não anda de máquina na mão. Passa descontraído e descomprometido e deixa-se surpreender pelo inesperado que podem oferecer as coisas e os locais habituais e rotineiros. Regressa ao local duas ou três vezes para estudar a coisa observada, e depois sim, depois de sentir que assimilou tudo, é que vem com a máquina.
Não se sente atraído pelo rosto ou pela figura humana.
Comentários