Lagos anteontem


Neste terreno em primeiro plano, se situou a Igreja de Santa Maria da Graça,
onde foi sepultado o Infante D. Henrique.
A Igreja foi totalmente destruída pelo terramoto de 1755.

(clicar nas fotos para ampliar)

Comentários

vieira calado disse…
Sim.
Lagos anteontem.


Porque Lagos Ontem tem direitos de autor...
francisco disse…
Vieira: Ora bem, e eu defendo os direitos (e os esquerdos) de autor.

;)
A OUTRA disse…
Belíssima fotografia!
Um Panorama espectacular!
Eu também defendo os direitos do autor.
Por vezes as fotografias são muito antigas e não sabemos quem é o autor, mas nesse caso é bom mencionar que é de autor desconhecido.
Uma boa Páscoa
Maria
inácio disse…
caro f: diga-me lá se não seria muito mais interessante estar o infante aqui do que dentro das 4 paredes das glórias nacionais.ali naquela zona arborizada ao pé do baluarte com milhares de pessoas a lhe darem vida. é como o s.vicente: voltasse ele para sagres e não me admiraria nada que fosse retomada a romagem que vinha de espanha.seria muito mais interessante do que a manada turística,veja lá,eu que nem vou com religiões.
francisco disse…
Caro Inácio, para estas matérias de homenagens e romagens não tenho sensibilidade. Em todo o caso, neste espaço nunca seria possível colocar a estátua pois é zona construída há mais de dois séculos. E, ali, foi o local de sepultura, primeira sepultura do Infante. Provavelmente, a melhor evocação impõe um local abeirado ao mar, mais acessível e visitável pelo grande público. Nisso terão andado certo os homens do marketing da exposição do Mundo Português, em 1940, embora tenham decorado o forte com guaritas e as muralhas com ameias e seteiras, apêndices anacrónicos para enganar turistas.
Enfim...
A do S. Vicente não deixa de ser interessante. A Vila do Bispo bem podia explorar essa possibilidade.
Saúde.
inácio disse…
Descobri a origem do comentário anterior. George Brassens lamentava o destino das glórias nacionais emparedadas no Panthéon, quanto a ele pedia para ser enterrado na praia donde brotara.Vi passeando na montanha suiça ao pé de troncos de árvore pequenos rectângulos com o nome das cinzas que ali estavam. Li que na montanha tibetana devido à dureza do terreno não se faziam sepulturas e que um especialista ritualmente transformava o corpo em pedaços para facilitar o trabalho aos necrófagos e acelerar o processo de redução a pó. O ano passado porque o meu médico se negara a isso, andei directamente e inutilmente de volta da Medicina Legal para que me recolhessem para ser retalhado pelos estudantes impedindo assim que caisse nas mãos das funerárias. Estas e as casamenteiras são as empresas mais rendosas desde que permitiram que as classes médias baixas tivessem mais dinheiro. A morte levou-me a olhão há cerca de um ano e vi na montra de um fotógrafo a mais espantosa fotografia de um casamento que daria a um sociólogo volumosa matéria de estudo. A minha idealização de cemitérios seria espalhar as cinzas pelas ruas da cidade embora se possa objectar que a incineração despende muita quantidade de energia. A dificuldade do viver da humanidade está na maneira como se relaciona com a morte. E toda a obra humana só ganha consistência e valor quando ela é feita com a morte encostada ao cotovelo esquerdo. Por isso devemos ficar gratos àqueles que são enviados para no-la recordar quando por momentos dela nos distraimos.(se quiser contar-lhe-ei essa da fotografia não querendo abusar na ocupação de bytes com estas obscenidades e ociosidades).
francisco disse…
«Estas e as casamenteiras (...) vi na montra de um fotógrafo a mais espantosa fotografia de um casamento que daria a um sociólogo volumosa matéria de estudo.»

As Funerárias são, sem dúvida, um dos negócios mais rendíveis, já as casamenteiras perderam a importância que terão tido. Gostava muito de ouvir essa história de uma fotografia, na terra onde vi luz pela primeira vez.

Saúde, Inácio.
C. da Silva disse…
Sr.Francisco: sigo à distância o seu blog, pois acho que ele é um hino à cidade que eu amo e me pacifica as saudades, pois a minha provecta idade já não me permite aí deslocar-me. Fiquei muito surpreendido que tenha permitido as insanidades desse indivíduo que quer acabar com os cemitérios, deve ser um inibido que nunca soube o que é tentar a procriação na terra fresca duma tumba do dia e suspeito que não seja capaz de fazer um download. As forças vivas de Lagos - será que existe um Grupo de Amigos da Cidade ou um Lagos Eterno?-poderiam promover a Semana da Procriação,um Rave de grandes dimensões,no novo cemitério em que,com acompanhamento médico especializado, se trataria o flagelo da impotência e da fertilidade.Poderá haver maior espasmo procriador do que aquele que é abençoado pela morte? Esta ideia da TUMBOTERAPIA será a ideia do futuro e salvará a nossa querida cidade do perigo quando se der o colapso do turismo massificado de praia.Não só teriamos aqui toda a Europa mas toda a civilização ocidental,não só casais mas também individuos isolados, e evitariamos que os novos ocidentais sejam individuos de côr. (este virus no méxico poderá salvar a época turistica, mas a menos que se esteja continuamente a desenvolver outros virus, não é uma solução de futuro.vejo já nesta ajuda uma intervençao do nosso novo santo.
francisco disse…
Caro C. da Silva

1. O blogue não é meu, sou apenas um dos colaboradores (ver a coluna COLABORADORES). Porém, agradeço os encómios.
2. Não detectei no comentário do “indivíduo” maiores insanidades do que as minhas. Repare que o desejo manifestado, de espalhar as cinzas não é mais do que um grito de apego à eternidade, espalhando o ser fenecido pelos seres que permanecem (ou pelo chão que estes pisam diariamente), ao invés de encerrado num esquife claustrofóbico, uno, esconso, frio e húmido, diluído na multidão de outros sarcófagos que, com o tempo, desaparecem ou tornam-se anónimos na corrosão das epigrafias líticas que o tempo promove. Compreende-se o desespero que o oblívio provoca em cada umd e nós, quando sente aproximar-se o extinguir da chama.
3. Entre o indivíduo e o indivíduo que o comenta digo, duplas personalidades há-as por todo o lado e para todos os gostos, repare que até eu sou dois colaboradores, “efe” e “Francisco”. Tal não se explica com a facilidade de fazer LOGIN quer esteja na minha conta privada ou na do gmail (daí a diferença entre os dois nicknames), mas sim num móbil mais profundo, de cunho metafísico, muito para além da simples explicação de foro psicológico que remete para as ubiquidades da personalidade. Somos todos actores, mas uns representam mais e melhor do que outros, nada mais.
4. A Tumboterapia é coisa já gasta. Não tenho tempo, nem este espaço chega para lhe apresentar um extenso poema “Noite de Festa Macabra”, em que /uns esqueletos cansados/ depois de lautos petiscos/ jazem sobre as campas/ escutando um gira-discos… etc…etc… Coisas provadas nos idos dos 70’s.
5. Não me assusta que os ocidentais venham a ser gente de cor, desde que os azuis-claros se distingam dos azuis-escuros.
6. Vírus, há-os todos os dias. Não se preocupe, a época estival estará sempre a salvo. E quando já não tivermos turistas podemos encher os apartamentos com porcos, cabras, ovelhas… até já estou a imaginar um hotel recém inaugurado repleto de coelhos em intensa reprodução nas suites de luxo.
7. O santo que vá apanhar no cú, que eu não tenho pachorra para tanta nacional boçalidade.

Saúde.
inácio disse…
caro francisco: agradeço.de facto tudo o que fazemos, ou melhor, tudo o que faço, está datado, sem remédio.na impossibilidade de falar do futuro só nos resta, só me resta, o passado.e falar do passado apenas é suportável se se conseguir um gag, um efeito estético, e esses, até os mais genais cultivadores nem sempre o conseguem.Quanto aos 2 personagens nada tem a ver com personalidades múltiplas, se assim fosse teria tido a preocupação de fazer com que um estilo não fosse a projecção do outro.a intencionalidade de que fosse evidente a comum origem devia reforçar o efeito estético pretendido. efeitos estéticos não se conseguem como se quer, repito. por exemplo no texto tinham ficado 2 pontas para 2outros personagens,um deles não é porque tenho inácio no nome. embora o inácio das primeiras linhas aqui no blog tenha evoluido,é dos livros, até nós próprios, como as figuras que criamos,escapamo-nos a nós mesmos. deixo cair um mas continuo com o outro. mas é melhor eu passar para o outro discurso, embora correndo riscos, estava deveras interessado no assunto.o ponto que ficou em suspenso no texto está parcialmente visivel e está também muito datado, daí o risco.até já.
inácio disse…
caro francisco: c.da silva parece cometer uma contradição quando fala em casais e individuos isolados. como poderia um onanista( o vernáculo teria um outro poder)participar em acções procriadoras?mas parece-me que há ali uma deixa para que alguém pegue nela.de facto, há na mitologia egípcia uma divindade que se fertiliza a si mesma por via oral. serviu-me aliás como ponto de partida para fazer um jogo de xadrez ao estilo "das caldas". vi uma fotografia dessa divindade mas perdi-a bem como o seu nome. talvez, você meu caro Francisco, saiba alguma coisa.
francisco disse…
Caro Inácio, já não me lembro do que estudei em Pré-Clássicas, e não tenho tempo para pesquisas. Mas aposto que o Google sabe. Não sei qual era essa divindade auto-geradora e com uma relação directa ao mundo do além, pode ser uma de muitas. Atom, o Criador, que saiu de si mesmo? Anúbis, responsável pelo “renascimento” nos ritos funerários? Ophet, a deusa ligada ao conceito da gestação pela divisão perpétua? Kepher, o da evolução contínua e dos ciclos da existência? Ou será Amon, que também controla os ciclos da natureza e se regenera infinitamente? Para complicar, várias divindades egípcias tiveram os seus atributos alterados, conforme a dinastia, portanto a coisa ainda fica mais bicuda, considerando as 32 ou 33 dinastias. Não sei mais. É procurar por aí.
INÁCIO disse…
Caro Francisco julgo que os dados que me forneceu serão suficientes para lá chegar. dir-lhe-ei alguma coisa, obrigado.
francisco disse…
Caro Inácio, peço-lhe desculpa, e ao C.da Silva, pela resposta agreste dada acima mas pensei tratar-se da mesma pessoa, brincando.

Quanto a uma divindade egípcia que reúna todas características que apresentou não me lembro de ter encontrado tal coisa nos meus estudos. Não fosse a alusão à "auto-fertilização por via oral" diria tratar-se de Khepri, ou Kepher (simbolizado pelo escaravelho)mas não conheço tal atributo nesse ser sagrado. Posso dar uma passagem pelos manuais e tentar ver se existe alguma informação mais exacta. Porém o panteão egípcio é tão vasto...
Depois direi, se encontrar algo.
Anónimo disse…
caro francisco não notei nada de agreste. tenho que vir como anónimo, o inácio fugiu-me dos dedos. e deixou-me umas linhas sobre a fotografia de olhão,que não sei como acabar de modo a que não se veja o remendo. mas penso que com mais uns dias vou conseguir

Mensagens populares deste blogue

Deodato Santos - Artista? Figurinista? Escultor?

Chamou-lhe um Figo