nada de nada igual a coisa nenhuma




darei inicio, em breve, a uma série nova aqui no blog: minicontos é o seu imaginativo nome, e disso mesmo, um miniconto, será portador cada post

hoje, aposto numa mini-crónica, apenas para deixar os leitores num suave suspense
ali para as bandas do facebook, esse local que semelha os poiais das casinhas de aldeia, ou de cidades como a nossa noutros tempos: às tardes, as vizinhas colocando em revista suas desditas e bençãos, e sobretudo a olhar quem passa e trocando entre si dizeres parcos, suficientes para ouvidos entendedores

tal e qual assim eu entendo os gostopartilho e o comentário que só raramente  é nutrido de dizeres: sempre coisa pouca, discreta, sucinta, relaxante, incisiva

uma benção estas tecnologias levezinhas

dizia eu então, que ali no F. B. ( sigla pela qual é já conhecido  este espaço de encontro - na escrita, que não na oralidade) encontrei uma foto deste Lagos-cidade que me perturbou 

alguém terá retratado o nosso Infante D. Henrique de tal jeito, que a estátua surge aos nossos olhos degolada e,  segundo sugestão de outro alguém comentando, escorre-lhe pelo ombro esquerdo, a mancha do que seria um pasto do sangue que o Infante  terá vertido quando lhe foi desferido  o golpe

no chão, escondida assim como que tentando não sofrer do mesmo modo, esgueira-se, rentinho ao empedrado, a sombra inteira do que era a estátua do Infante, levando na cabeça o célebre chapéu e mais o véu

fiquei cismando  nas razões 

ainda que apenas simulando, o certo é que o Infante aparece sem aquilo que faz dele um ser pensante

quererá o executante avisar-nos dos tempos que por aí pairam, que nos precavamos: o Infante agora, um de nós depois?!

primeiro o direito à palavra e depois o golpe de misericórdia?!

rastejar a própria sombra e nem assim salvar o corpinho?!
fiquei cismando, e disso dou conta, pois tenho como caso sério a informação que colhi ainda há uns instantes


ora espreitem e meditem comigo




Comentários

francisco disse…
os minicontos são coisa boa pa Barão.
Maria de Fátima disse…
atão? não posso escrever minicontos onde me der na gana? descansa que Lagos será sempre o tema! quero treinar muito até conseguir escrever microcontos num SMS
francisco disse…
Fátima, em proveito daquela clareza que tanto reivindica: eu apenas disse que isso era coisa boa para Barão, não disse que não podia/devia ser publicado aqui ou noutro sítio qualquer.

Para além dos micro-contos, minicontos, etc, ainda há os contos Haiku, as micrónicas, e tudo o mais que se queira inventar.
francisco disse…
http://pt.wikipedia.org/wiki/Miniconto
Maria de Fátima disse…
pois sim já tinha lido isso de mini e micro e nano rss
já sei que nem é original
que coisa
e o tamanho pode ser mais de cinco linhas...
serão OS MEUS MINICONTOS :)
francisco disse…
pois acho muito bem. Força com os Minicontos.

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