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A mostrar mensagens de março, 2007

Ohhh Lagos

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Ohhh....iiinck... Lagos da luz...azul da luz... amareeeeeeela reverberada no casario branquinho, às cores... ohhh... iiinck!!! Lagos dos turistas de calção vagarosos a quem apetece é dar um encontrão nas ruas lindas, floridas Lagos... e não Portimão lojas enfeitadas chinesas umas as outras fechadas restaurantes de odores mil o hindu, o indonésio e o tamil Lagos de Março e de Abril com animais à solta lindos mansos esfomeados...Ohhh...iiinck!!! Lagos... dos afilhados Eu só gosto de Lagos... ... profundos, profundos.

foto do post anterior

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a cidade do meu desejo (III)

Se eu pudesse um dia chegar numa automotora... Se eu pudesse, dependurava em cada janela os dias que não passei chegando, aos solavancos, namorando-te assomada numa janela. Só uma automotora, muito velha, me poderia levar de volta ao feitiço de regressar, deslizando e aos solavancos e, devagarinho, sentir o tudo aquilo que não sei, ainda hoje, descrever. Se eu pudesse, assomaria, um a um, todos esses dias na janela de uma automotora gingona de apressada, para me fazer olhar de dentro dela a minha terra. Chegaria, então, pela tardinha ou tanto faz de manhãzinha ou ao pino do meio dia, com sol ou com chuva morrinha. Assomaria no estreito da janela, os olhos pestanejando sôfregos do sal e da paisagem. Os olhos se entreabrindo, abrindo e fechando, ao ritmo do coração batendo apaixonado, calmo, sedento e sereno. Ficaria naquele quase transe de sempre, uma beatitude, um enlevo. Ela viria dançando, aproximando-se encatatória, branca, passeando-se no tapete das dunas, arrastando o manto azul d

são linhas

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são linhas de horizontes de alvorada ou entardecer linhas verticais coladas umas outras montadas com horizontais juntinhas sobrepostas pesadas são as linhas firmes coloridas acesas ou apagadas estão em tudo estão vivas linhas de árvore, chaminé ou quarto linhas que crescem quando chego linhas que minguam quando parto são linhas que ligam interiores de uns a outros gente a gente gente à cidade são linhas de ida e de regresso são linhas da vida são milhões as linhas são minhas são tuas regressamos por todas vindo por duas .

A cidade do desejo

Muito antes de ser a cidade onde vivo em permanência, Lagos foi a cidade do meu desejo. Continua a sê-lo sempre que regresso (e não só) e é quando o comboio abranda nos carris e o azul intenso alaga forte de luz e aromas o lugar onde me sento, que confirmo, sem nenhuma hesitação, ser impossível não se sentir que estamos a chegar a uma cidade de desejos, e ainda que o cansaço, pela distância percorrida ou por um sono adiado, me faça do corpo um saco frouxo, ali, ele recobrará o viço no embalo lento da carruagem, num ânimo de ansiado reencontro. E tudo pode estar igual ao momento da partida, que, subitamente, tudo parecerá mais bonito, mais vivo, mais imprescindível. E é por tudo isso que eu ainda hoje (passados anos) não percebo, nem perdoo, a abstracção do casal jovem alemão que, no banco ao lado, se preparou, na última meia hora de viagem, a tomar caldos vitamínicos e se deixou ficar sem sequer ousar uma miradela furtiva pela janela. Afinal para que queriam eles redobrar de energias
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ouro azul

e um sorrisinho no olhar

À laia de apresentação e para que saibam que eu sou tudo menos fácil, deixo aos que cá moram, e desde já, o sinal de que foi um erro convidarem-me para entrar na vossa casa, e aos de fora que façam o favor de exigir sempre o melhor. poetas; ó céus como os odeio! Poucas as palavras, e toda uma casualidade de sentidos como aguilhões cravados em carne alheia; destilam apurados logros e dão à indigência licores; estalidos de língua no palato, calores no lastro visceral e arrepios de membrana.

O VERDADEIRO CROMO

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Quando pela 1ª vez dei por ele, depois de almoço, emborcava os últimos tragos duma imperial e já tinha, na mão esquerda, uma caneca cheia. Pensei para comigo. Bom… A imperial é a começadeira . A caneca, a embaladeira …. Embaladeiras podem ser várias, ou muitas, conforme a sede e a disposição de cada um. Até aqui, nada de especial ou anormal. No entanto, dias depois apareceu num Café/Bar do Chinicato, onde vou regularmente beber a bica . Tinha vindo de táxi, aproveitando a boleia de outros dois compatriotas que aí se deslocam todas as tardes para jogar dominó com uns (também cotas ) portugueses. E fiquei a saber melhor a história deste verdadeiro cromo . A fotografia é bem elucidativa do seu porte físico. Deve pesar pouco mais do que uma osga, as pernas fazem lembrar esferográficas, a pele é branca como a duma lula, apesar das longas exposições a este belo sol algarvio –, sempre com uma caneca, por perto. Aliás, não gosta de ver os copos vazios. Assim que a caneca chega aos três/quarto