DIÁLOGOS LIDOS E TEATRO
DIÁLOGOS LIDOS
NO ATABAI - BARÃO DE SÃO JOÃO
E NO TEATRO
EXPERIMENTAL DE LAGOS
Como para todas as coisas nesta época, também não se sabe
qual o futuro do teatro.
Apenas se sabe que foi perdendo salas e espectadores (salas
porque espectadores) mas também se sabe que não perdeu a sua inexplicável
magia: a do espectador ter à sua frente em pessoa, o actor.Shakespeare põe Hamlet a dizer que o actor não deve cair na tentação de ter como alvo da sua actuação, o agradar ao público. Mas sim, à figura ideal do espectador amante de teatro, mesmo que na sala seja hipotética a sua presença. É perante ele que responde.
Que o mesmo é dizer, perante si próprio, na exigência que a si deve.
Pode-se imaginar a hipótese de um actor representando para três pessoas, tantas como aquelas que vêm para ver a sua arte, que ele foi depurando e apurando, e que sentem nele, a autenticidade de quem não está tentando adulá –las, mas acompanhando-as na incógnita dos meandros da alma.
Por isso não haverá teatro, ou qualquer arte, sem poesia. E também não haverá a procura da poesia se os poetas cultivarem o caminho fácil de quererem agradar, de usarem os clichés cabotinos do imediatismo emocional ou do panfletarismo e voluntarismo de qualquer espécie.
É no actor, como parece ter sempre sido, que reside a atracção do teatro. Cabe ao actor criar o seu espectador.
Comentários
Para o meu gosto, claro!
Mas a sessão foi bem boa...