DIÁLOGOS LIDOS

11 DE SETEMBRO, 3ª FEIRA, 21H, CAFÉ BZARANHAS, BARÃO DE SÃO JOÃO



( o poalho ontem caído deixou como tapete persa a caruma dos pinheiros no Passeio dos Poetas)


Num tempo em que centenas de pessoas são capazes de esperar horas a fio em filas para castings julgando que vão ser estrelas ( que ser actor é ainda outra coisa) em  telenovelas ( hiper-realismo ignorando a realidade ) destinadas a alimentar as multidões que são as audiências televisivas ((indispensáveis para arrecadar o bolo publicitário),
num tempo em que a cultura parece ter passado a evento e performance e  espectáculo de massas, e que parece querer assumir-se como substituta das religiões na salvação e comando da mente humana,
é repousante e sabe bem estar em pequenos grupos de pessoas que trocam entre si o prazer da palavra escrita, não como manipuladores manejando títeres, mas deixando à palavra, ao conjunto de palavras e às imagens que elas sugiram, a sua dinâmica própria.
A palavra escrita não ofende o silêncio.
A palavra lida, para que outro responda, não é uma afirmação é uma pergunta: estarei certo naquilo que digo?
A palavra dialogada-lida com um interlocutor não é teatro: lida com o actor-espectador que cada um é.
O rigoroso respeito de quem escreve, pela palavra escrita, pode levar a que se questione um eterno dilema: poder-se-á, em pequenos grupos, encontrar solução para o enigma dos humanos quando em conjunto: lideres que desejam e criam  liderados, liderados que  desejam e criam lideres.
A palavra escrita não ofende o silêncio porque é dele emanação e, porque ciosamente egoísta, rejeita lideres e liderados.



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