IRONIAS DA HISTÓRIA
MÁRIO SOARES/ MELO ANTUNES
agora que andamos a esmolar à família Dos Santos de angola, e ao brasil de um metalúrgico, que nos compre aquilo que ainda temos para vender, devemos pensar se as coisas foram assim por inevitabilidade e maldade do destino.
o facto é que houve um período na história recente em que uma outra opção se colocou aos nossos doutores.
foi seu protagonista melo antunes, que se não foi o ideólogo, foi pelo menos aquele que sabia ouvir e ler os sinais e sintetizá-los: a ideia era formar com as ex-colónias talvez o mesmo que a inglaterra fez com as suas - não a impedindo de aderir também à ideia europeia, mas com cuidado e reservas.
mário soares, com algum desprezo chamou à opção "terceiro mundismo"e meteu-se em exclusividade na europa pensando que os milhões que dali jorrariam dotavam o país de uma estrutura produtiva forte e duradoura. entre falsos projectos e habilidades várias do chicoespertismo, em que offshores andará agora grande parte desses milhões?
podia-se ter criado com esses países, passo a passo e sem paternalismos já caducos, uma alternativa de civilização e um amortecedor que agora nos poupasse à situação incómoda e sem fim à vista em que nos encontramos. podíamos ter tido em igualdade de circunstâncias e de cabeça levantada e em comunidade de interesses, o que agora esmolamos. e quando se esmola pouco se recebe.
faz parte da política ter visão de futuro e estar aberto a todas as hipóteses e tomar precauções em não fechar portas.
o primeiro continua a perorar por aí e recentemente numa universidade de verão os jovens do psd gritaram muito entusiasmados "soares é fixe".
possivelmente muita pouca gente se lembra de lhe chamar a atenção para isto. nós fazêmo-lo.
quanto ao segundo já morreu, era algarvio e andou em faro nas manifestações do merdock ( veja-se o blog do mesmo nome, de autoria de vieira calado).
agora que andamos a esmolar à família Dos Santos de angola, e ao brasil de um metalúrgico, que nos compre aquilo que ainda temos para vender, devemos pensar se as coisas foram assim por inevitabilidade e maldade do destino.
o facto é que houve um período na história recente em que uma outra opção se colocou aos nossos doutores.
foi seu protagonista melo antunes, que se não foi o ideólogo, foi pelo menos aquele que sabia ouvir e ler os sinais e sintetizá-los: a ideia era formar com as ex-colónias talvez o mesmo que a inglaterra fez com as suas - não a impedindo de aderir também à ideia europeia, mas com cuidado e reservas.
mário soares, com algum desprezo chamou à opção "terceiro mundismo"e meteu-se em exclusividade na europa pensando que os milhões que dali jorrariam dotavam o país de uma estrutura produtiva forte e duradoura. entre falsos projectos e habilidades várias do chicoespertismo, em que offshores andará agora grande parte desses milhões?
podia-se ter criado com esses países, passo a passo e sem paternalismos já caducos, uma alternativa de civilização e um amortecedor que agora nos poupasse à situação incómoda e sem fim à vista em que nos encontramos. podíamos ter tido em igualdade de circunstâncias e de cabeça levantada e em comunidade de interesses, o que agora esmolamos. e quando se esmola pouco se recebe.
faz parte da política ter visão de futuro e estar aberto a todas as hipóteses e tomar precauções em não fechar portas.
o primeiro continua a perorar por aí e recentemente numa universidade de verão os jovens do psd gritaram muito entusiasmados "soares é fixe".
possivelmente muita pouca gente se lembra de lhe chamar a atenção para isto. nós fazêmo-lo.
quanto ao segundo já morreu, era algarvio e andou em faro nas manifestações do merdock ( veja-se o blog do mesmo nome, de autoria de vieira calado).
Comentários
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«começaram a defrontar-se logo desde o primeiro dia duas concepções distintas da descolonização. A primeira, representada pelo que se pode designar a “linha Spínola”, defendia uma solução política de tipo federativo, ou comunitário, e tinha procurado a sua expressão teórica no livro que o general Spínola havia publicado meses antes do 25 de Abril, intitulado Portugal e o Futuro»
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«Entender-se-á agora melhor a razão da existência de uma outra concepção da descolonização, em consonância com as formações políticas de esquerda e do movimento popular, opondo-se radicalmente à concepção spinolista…»
(…)
«Portanto, é por isso que eu recuso a ideia da «descolonização possível», porque ela é uma expressão que pode ter como consequência aquilo que de facto tem tido como consequência: é as pessoas pensarem que nós estávamos metidos numa camisa de onze varas e que todo o condicionalismo existente, tanto em Portugal como as colónias, era de tal ordem que nós fomos empurrados para aquela descolonização e não tínhamos outra saída. Eu digo: Não! Nós tivemos gravíssimas dificuldades em todo este processo, mas a concepção da descolonização, essa, eu defendo-a, essa concepção de descolonização, aquela que acabou por prevalecer, essa, eu defendo-a.»
(…)
«…a base conceptual da descolonização, tanto quanto dependeu de mim, foi aquela que eu quis.»
Excertos do depoimento do tenente-coronel Melo Antunes em 30 de Agosto de 1996.
In “Estudos Gerais da Arrábida”- A DESCOLONIZAÇÃO PORTUGUESA - Painel dedicado à Metrópole