oito de Março




Morrem-lhe os olhos longe
Esvoaçam-lhe nos cabelos ventos
Ventos de sul
Soprados ventos de poeiras
Tintadas poeiras multicores

Sonha em cetim e madrepérola
Sonhos grandes de antes
Longos sonhos de amanhãs
Deslizados sonhos de hoje

Flutua em barcas de magias
Ajoujadas barcas de peixes
Prateados peixes dos fundos
Seres de areias e de rochas

Balança com o frágil bambu
Arrendada de colchas e toalhas
Voada de pássaros
Chorada no murmurejar das águas

Pensada pelos deuses
Poesia de músicas e flores
(Rosas, madressilvas, anémonas)

Ei-la, Mulher.


(publicado 08-03-2007 no tristeabsurda)

Comentários

éf disse…
lindo. e a arte gráfica está excelente.
Mena G disse…
Ó Mulher, as coisas com que tu te escreves... Espectacular!
Sissi disse…
Já tinha lido, mas não poderia deixar de dizer que está muito lindo.
bjs
Maristeanne disse…
Vieira Calado,

Que Hino!

Ei-la mulher virtuosa...

Eu gosto disso...


Obrigada pela visita!

(a)braços e flores :)
sotavento disse…
Nem me lembrei da efeméride, será bom ou mau sinal?!... :|
despertando disse…
"Sonha em cetim e madrepérola
Sonhos grandes de antes
Longos sonhos de amanhãs
Deslizados sonhos de hoje"

O sonho é uma constante na vida....

Vim até aqui agradecer a visita ao meu cantinho, gostei do que vi...
fotógrafa disse…
No dia mundial da poesia...aqui fica,

de PABLO NERUDA - 20 POEMAS DE AMOR E UMA CANÇÃO DESESPERADA

Gosto quando te calas porque estás como ausente
e me escutas de longe; minha voz não te toca.
É como se tivessem esses teus olhos voado,
como se houvesse um beijo lacrado a tua boca.
Como as coisas estão repletas de minha alma,
repleta de minha alma, das coisas te irradias.
Borboleta de sonho, és igual à minha alma,
e te assemelhas à palavra melancolia.
Gosto quando te calas e estás como distante.
Como se te queixasses, borboleta em arrulho.
E me escutas de longe. Minha voz não te alcança.
Deixa-me que me cale com teu silêncio puro.
Deixa-me que te fale também com. teu silêncio
claro qual uma lâmpada, simples como um anel.
Tu és igual a noite, calada e constelada.
Teu silêncio é de estrela, tão remoto e singelo.
Gosto quando te calas porque estás como ausente.
Distante e triste como se tivesses morrido.
Uma palavra então e um s6 sorriso bastam.
E estou alegre, alegre por não ter sido isso

Bom fds
abraço

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