PRETENDE
CRISTO DE BARÃO DE
SÃO JOÃO
Senhor reitor creia que partilho integralmente das
suas preocupações e cumprimentando-o pela alta preocupação em que coloca a
cultura, bem patenteada na divisa da sua instituição, apresso-me a esclarecê-lo:
O intermediário que me contactou não identificou nem
o mandante nem si-próprio.
Se tomarmos em consideração a expressão pública todos
eles são corruptos ficaremos perante um ignívoro e voracígneo
eucaliptal onde é impossível distinguir um eucalipto.
Tratou-se de uma aproximação exploratória procurando
saber quanto pediria pela obra.
Esclareci-o que pelo momento não me sinto à vontade
para desfazer-me dela.
E não tem a ver com o medo de me ver envolvido em
esquemas branqueadores, conquanto tenha bem presente que ingenuamente, qualquer
um de nós, pode em isso cair. E quanto se trata do comércio da arte…
Veja: esta obra apareceu-me durante o sono a meio da
noite deixando-me em sobressalto tendo logo ali em pijama me posto nela a
trabalhar.
Em dois milénios de Cristianismo e milhões e milhões
de obras tratando a crucificação esta é a única que a ela faz uma aproximação
sob um ângulo diferente inesperado perturbador.
O que se passa é que me ficou a forte sensação que
outras revelações se irão seguir.
Vender a obra tornar-me-ia seguramente imerecedor do
estado de graça que é exigível para receber as oníricas revelações que ficaram
em suspenso.
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