O FIGO

COMANDANTE DEODATO

 ESPÍRITO COMANDO

COMANDA

TODA ACTIVIDADE HUMANA

O famoso predecessor do treinador Mourinho em Manchester, levava os seus jogadores a assistir ao treino de comandos do exército inglês.

No programa que disputa com o futebol a primazia das televisões, a culinária, o ambiente das cozinhas e dos chefes é a de disciplina militar, caricaturado a meu ver, já que se trata de disciplina autoritária e não a auto-disciplina que caracteriza a formação comando.

Num outro domínio, aparentemente oposto, logo nas primeiras páginas da Preparação do Actor, Stanislavski previne os aspirantes “O actor como o soldado tem de submeter-se a uma disciplina de ferro”.

E que dizer da actividade que domina o mundo inteiro, a financeira.

O espírito Comando, para além da autodisciplina que leva o autodisciplinado a nunca pôr em questão uma ordem, caracteriza-se pela passagem para uma outra dimensão de todas as normas e conceitos em vigor a determinado momento ou época. Porque, aberto a toda a transformação, o espírito Comando sabe que aquilo que hoje parece o certo, se amanhã não for o errado, é porque algo está errado.

Em toda a história universal se encontram aqueles que, antevendo a evolução das sociedades, não podiam fazer outra coisa senão mergulhar no sentido da evolução, e serem seus agentes provocando a alteração do momentâneo, esquecendo anteriores convicções fidelidades e juramentos.

Só pelos incapazes de evolução e destinados a fósseis, seriam considerados traidores.

Não sei se nos manuais da história de Portugal, ainda se fala de Miguel de Vasconcelos. Se se fala, não será decerto como traidor mas, à luz de hoje, como precursor.

Como o soldado-comando-militar

que luta pelo Portugal Futuro prolongando as linhas de defesa da pátria em missões até África ou Afeganistão, ou seja para onde for que o mandem, assim

O soldado-comando-financeiro 

assegura o Portugal Futuro negociando a venda dos CTT à Goldman Sachs ou da EDP ao Partido Comunista Chinês.

(para conferir a asserção de Stanislavki, fui compulsar um exemplar com história, que não resisto a referir: numa viagem à boleia ao Porto, procurando o seu financiamento com a venda do opúsculo de poesia ANDAIME que acabávamos de publicar, Joaquim Benite (mais tarde criador das companhias de teatro Campolide e Almada) e eu, levávamo-lo para os tempos de espera que seriam muitos. Longínquo 1963. O maior deles todos foi numa cela da GNR em Pombal, onde alternadamente lemos até de manhã, altura em que fomos interrogados pelo Comandante do Posto. Joaquim Benite, que nessa altura era o principal jornalista do Notícias da Amadora, conhecia bem o chefe da polícia, e após um telefonema, o Comandante pôs em liberdade os vagabundos suspeitos, oferecendo-nos duas senhas para a sopa dos pobres. Benite, fez várias versões do incidente, uma das quais que seriamos portadores de uma mensagem secreta e que teríamos sido interceptados pelos esbirros da ditadura).

  

 5ª Feira  POÇAS de THEATRO        ESTATÍSTICAS

IV ENCONTRO NACIONAL DE COLECIONISMO

JUNTA DE FREGUESIA SÃO GONÇALO DE LAGOS

CÂMARA MUNICIPAL DE LAGOS

ARMAZÉM REGIMENTAL