figos lampos de S. João
Já lá vai o tempo em que era comum iniciar o dia comendo figos secos e bebendo aguardente. Era o mata-bicho, em uso na serra, no barrocal, e no litoral algarvio. Estas infrutescências doces, muito nutritivas, a que chamamos figos, comidos secos ou frescos, tiveram uma importância crucial durante um longo período da história da humanidade e, na parte que nos toca, grande impacto na economia dos povos mediterrânicos. Os figos são ricos em açúcares (glucose, fructose e sacarose), que atingem 20% do seu peso em fresco e 60% em seco, pelo que sempre foram uma produção de valor. A figueira, árvore de exterior, dá-se bem nos climas temperados sobre terrenos fundos de origem calcária. Existem dezenas de variedades de figos, sendo mais adiantados os orjais , os lampos , os marquese s e os pedrais , e mais tardios os sufenos .
figueira lampa
Da longa lista de variedades existentes no nosso país, encontramos facilmente referências das seguintes: algarve, branc
Comentários
Porém, num deles, recentemente publicado em Lagos, a imagem foi obtida, sob licença, do exemplar da gravura (original?) existente no Arquivo Municipal de Lisboa.
Para melhor compreendermos a origem da gravura atentemos no que é dito na página 210 do Nº 27 da mesma revista, respeitando à proveniência desta gravura e de uma outra de Silves: “…o nosso desenho, copiado de um álbum, feito ao que parece no fins do século 17…”.
Este “feito ao que parece” com a fragilidade da certeza assim evidenciada bem como a tipologia do veleiro maior reproduzido na gravura – bordo corrido, forma dos dois estais – levam-me a duvidar que a gravura tenha sido executada antes de meados do século XVIII. Convém referir que, certamente, tratar-se-á de uma gravura feita “de memória”, quer a paisagem tenha sido vista pelo próprio artista quer transmitida por outrem. Os especialistas em gravuras saberão identificar, e localizar cronologicamente, a assinatura do autor “coelho”.
Aspecto interessante: a Ermida de S. Roque – canto direito inferior - edificada em 1490 e destruída pelo terramoto de 1755.
Felizmente ainda há quem tenha sensibilidade suficiente para preservar o que é mais antigo, para que mais tarde possa ser partilhado como é este caso.
Abraço.
sabe...
Um abraço
Apreciei bastante o comentário sobre as origens da gravura, que foi publicada também na revista Ocidente de 1889 pag. 189 e incluida na colecção Temos Idos - Algarve (48 reproduções) que adquiri num alfarrabista aqui do burgo.
Quem sabe, sabe ...
Abraço,
JFS
O meu agradecimento ao JMC pelo contributo.
Saúde.
Um abraço,
JFS