Sueste



Quando o Sueste chega e se aconchega e o ar fica encharcado de sal, há uma energia, primordial e intensa, que toma conta do corpo e do mundo.

Uma intoxicação pura e límpida.

Um acometimento do ser.

A inalação da vontade dos deuses na exalação do suspiro da ânsia da espuma.

De mar e de sal.

O tempo pára quando desapareces no turbilhão das ondas. Que te possuem, enrolam, batem e embalam, devolvendo a respiração, aos que, por se darem, nadam respeitar.

Escorres em luz e sol, alma e mar, secando a pele ao calor do sal.

Comentários

vieira calado disse…
Ó pá, mas que poético!
Continua que estás a agradar.
Tareca disse…
Do sueste ... só gosto mesmo é da tua escrita.
De resto, estragam-me as tardes calminhas na meia praia e lá tenho que me pirar para o Porto Mós.
anseio sempre por um sueste de correr-marujo, e quanto mais salgado melhor

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