FRAGMENTO II
(frente do postal apresentado em: FRAGMENTO)
Mostremos, então, a face ilustrada deste fragmento, retalho de um passado que, de certo modo, também me pertence.Em pose, perfilam cinco artistas; à sua frente, cinco instrumentos musicais dispostos segundo o sentido estético do fotografo da época.
É, de origem, um postal que servia para publicitar esta banda, que actuava em casamentos, batizados, bailes.
Legendemos a imagem, da esquerda para direita:
João Luis Rodrigues, saxofonista; usava óculos; era o chefe da banda.
Zé Cravinho, violinista; barbeiro de profissão, na Rua Direita; não fazia parte integrante do grupo, mas colaborava sempre que a dimensão do evento o justificava.
Florindo Coelho, trompetista; o único que conheço e me facilitou a informação sobre o postal.
Inácio, acordeonista; cedo na vida teve problemas de saúde; perdeu uma perna; morreu cedo.
João Fulana, baterista; alfaiate de profissão, às vezes, quando não podia actuar, era substituído por Zé "Cai'Log"(desculpem-me o grafismo, mas o "algraviês" tem que ser interpretado...).
Na época ensaiavam "emprestados" numa sala pertencente à Filarmónica.
Diz-me o Florindo que, na Rua da Meia Laranja, existia um quintal que "montava esplanada" no Verão. Um dos muitos locais onde actuavam, trajados a rigor, como mandava a etiqueta.
Estava na moda usar camisas sem colarinho, chegadas ao pescoço, mangas largas e tufadas, de inspiração russa.
Escolheram cetim encarnado (porque o vermelho era proibido...), bordaram o logotipo a amarelo.
Diz-me o Florindo que, na Rua da Meia Laranja, existia um quintal que "montava esplanada" no Verão. Um dos muitos locais onde actuavam, trajados a rigor, como mandava a etiqueta.
Estava na moda usar camisas sem colarinho, chegadas ao pescoço, mangas largas e tufadas, de inspiração russa.
Escolheram cetim encarnado (porque o vermelho era proibido...), bordaram o logotipo a amarelo.
No bombo da bateria, bem vísivel para que ninguém os esquecesse, o nome da banda:
"IMPÉRIO JAZZ LACOBRIGENSE"
"IMPÉRIO JAZZ LACOBRIGENSE"
Diz-me o Florindo que tudo isto aconteceu à cerca de 70 anos...
Comentários
;)
Pena que não existam mais "memórias" (até fotográficas) desta artéria que hoje é um dos locais mais esconsos da nossa cidade.
contas à gente quem é a senhora do trompete?!
e mais!
diz também quem é aquela garota
e já agora, conta que é feito da que toca bateria e a outra que, ao que parece, dá um jeito na concertina
Conta d´elas também oh! Mena!
:)
Lembro-me dele, nos desafios de bola, com um chapéu à cow boy, levando sempre toda a moçada atrás dele, para apoiar a equipa.
Era um sujeito muito bem disposto.
Mas não sei por onde anda.
Xi ... o que me fez lembrar ... a irmã dele!!!!
Tenho saudades de Lagos!!!!! Muitas!!!!