eremitas eremitérios alucinações UMA APROXIMAÇÃO HÁPTICA tacteei com o olhar a superfície que produzira súbita descontinuidade no meu campo de visão pensamentos há que apenas são acessíveis a uma respiração sem palavras. 5ª feira eremitas eremitérios alucinações COM E SEM PALAVRAS
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UNIVERSIDADE DE LAGOS nem mestre/nem aluno O VULCÃO DE MONCHIQUE Vulcanólogo acabado de sair da vida activa e nosso fiel seguidor, não quis deixar o serviço sem contar a alguém a mágoa que o acompanhará para o resto da vida. Segundo estudos que chefiou, concluiu que estaria para breve uma erupção no vulcão de Monchique. Não só não o tomaram a sério como o destacaram para outra secção. Fontes muitíssimo discretas confirmaram-no-lo, e confidenciaram tratar-se de informação secreta ao mais alto nível. Receia-se que poderosas empresas mundiais, utilizando testas de ferro nossos compatriotas, dessa riqueza se apoderem encaminhando tudo para os seus paraísos bancários. Essa erupção seria uma benesse não só para Monchique como para todo o país e mesmo para a Europa. Nas sua estranhas o vulcão tem armazenadas, coisa nunca vista, incalculáveis quantidades de material diamantífero que permitiriam colocar o diamante ao alcance da classe médibaixa. Qualquer macho , se
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eremitas eremitérios alucinações preenchi instantes sem interesses imediatos na minha existência a pensar se poderia haver uma função transcendental nos alados como há nos bípedes. (para além de servirem para eles serem servidos em pratos como iguarias). 2ªfeira UNIVERSIDADE DE LAGOS nem mestre/ nem aluno RUMORES NO VULCÃO DE MONCHIQUE
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eremitas eremitérios alucinações PALAVRA SONORA E PODER Importante meio de domínio sobre outrem ou sobre outros. falar alto e rapidamente empregar certas palavras-chaves e argumentação de efeito comprovado condicionar e inibir os tempos e espaços para resposta e reflexão. técnicas que expandiram para a comunicação audiovisual: qualquer perda de ritmo qualquer demora em encontrar a palavra e logo os seguidores mudam de canal. no domínio ficcional o estilo é inalterável: sempre luta entre as personagens fazendo crer que a vida se trata apenas de luta permanente entre as pessoas. e se calhar não passa disso mesmo. 5ª feira eremitas eremitérios alucinações
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UNIVERSIDADE DE LAGOS nem mestre/nem aluno NOVA FIGURA NO PASSEIO DAS FIGURAS BARÃO DE SÃO JOÃO foto inge wolff Procurámos o autor para saber sobre a sua nova obra e sobre ele. Respondeu-nos em linguagem gestual a uma distância décupla da recomendada nas actuais circunstâncias e ostensivamente entre os olhos de uma rã depositou um objecto. Recolhemo-lo. Ser uma pen. INÉDITO OBJECTO ESCRITO DE UM CONJUNTO DE SETE Datados de julho 21 e dedicados a José Carlos da Costa Marques e à revista semestral DiVersos que, com o seu número trinta e três ainda este ano, perfaz vinte e cinco anos, tornando-a na mais importante revista de poesia em língua portuguesa. OBRAS IMAGINADAS todo o produto da imaginação é visto de várias maneiras por vezes por quantas as pessoas que o virem quanto ao seu produtor não deve sair do instante (sobretudo não falar dele) em que se produz a faiscante visão onde acontece o que venha a ser produzido julho 21 deodato santos 2ºfe
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eremitas eremitérios alucinações PLURIMILIONÁRIO E O POETA VELHO DO RESTELO plurimilionário não precisa de ser poeta para sonhar a eternidade paga a poeta para que sonhe por ele não precisa de sonhar a eternidade compra-la ele próprio criará a empresa especializada em vendê-la em lotes (na eternidade não haverá nem milhões nem poemas nem milionários nem poetas o que ela fôr não tem consciência de si própria e desconhece o que se passa entre a explosão expansão e reconcentração de um ponto e até do ponto. as grandes concentrações de capital são essenciais para garantir a próxima evolução da humanidade, e só as privadas mais que as estatais, podem garantir essa evolução da qual depende a continuidade do homem. será uma nova etapa não a definitiva, mas produzirá profunda alteração na maneira como somos. muitas das actuais características do corpo humano, fora do planeta irão desaparecer e será o binómio bocacu/genitália o primeiro a perder as suas
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eremitas eremitérios alucinações O MILIONÁRIO E O POETA DO RESTELO o milionário imagina o espaço como prolongamento de si próprio. o poeta procura nele comparações e relações com a eternidade. procurar no espaço o negócio quando nele se pode imaginar a eternidade revela falta de ambição e mentalidade régiofrangal. o poeta não precisa ir para o espaço porque sempre nele esteve: qualquer um que esteja sobre a terra é estar no espaço. 2ª feira eremitas eremitérios alucinações O MILIONÁRIO E O POETA DO RESTELO ESPECIALISTA INTERNACIONAL EM ARTES DO COURO FRANKLIM PEREIRA de origem portuguesa apresentou numa conferência em Troyes ,França, participada por duzentas pessoas que o seguiram atentamente, o estudo intitulado LE CUIR DANS LA PÉNINSULE IBÉRIQUE: RÉSEAUX COMMERCIAUX ET CULTURELS.
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eremitas eremitérios alucinações SERVIDÕES E SERVIDÃO de mais coisas preciso de mais coisas dependo e logo me tornarei servidor das coisas que adquiri para me servirem inventariando as coisas que me rodeiam fica definida a classe social a que pertenço a partir daí o que penso e o que aprecio são por ela condicionados sem dar por isso abdiquei de saber de mim mesmo . 5ª feira eremitas eremitérios alucinações O MILIONÁRIO E O POETA MÚSICA ANTIGA NO AMBIENTE DA ERMIDA DE SENHORA DA GUADALUPE VILA DO BISPO todos os sábados de agosto, às 16h, a Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe, é palco de 5 concertos, que lhe devolvem a sonoridade dos instrumentos antigos, pela mão de artistas que trabalham entre-mundos, entre-géneros e entre-regiões. Com direção artística de Daniela Tomaz, Os concertos estão sujeitos a reserva prévia, que deve ser feita através do endereço de email: ocorvoearaposacultural@gmail.com . Os
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UNIVERSIDADE DE LAGOS nem mestre/nem aluno INFANTE D. HENRIQUE ROUBADO NOS SEUS EMPREENDIMENTOS EM LAGOS POR EMPRESÁRIOS DO ILÍCITO TESE DE MESTRADO Não consta dos registos históricos mas pode-se imaginar que devem ter sido muitos os casos de empresários vindos reclamar a D. Henrique a restituição do d inheiro que tiveram desembolsado na aquisição de escravos, que depois fugiram. Como tal assim poderia ter acontecido, se tivermos em conta a panóplia de artefactos de segurança de que era portadora essa mão de obra? Hipótese que pode ser posta em consideração, com grandes doses de probabilidade, era que não fosse uma fuga outrossim um roubo. Concertado até por empresários associados que já nesse tempo, ou de todos os tempos, paralelamente à licitude, manobravam a ilicitude. Simulavam a fuga recebiam uma indemnização compensatória e voltavam a pôr à venda a mão de obra. Só assim encontraremos uma resposta à pertinente e evidente questão: Como seria
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eremitas eremitérios alucinações o milionário precisa de milhões de muita energia e de pesados aparelhos estrepitosos para despegar-se da terra. o poeta basta-lhe o sonho e uma vez lá de lá não volta (embora os vizinhos continuem a dar por ele). 5ªfeira UNIVERSIDADE DE LAGOS nem mestre/ nem aluno TESE DE MESTRADO EM HISTÓRIA INFANTE D. HENRIQUE ROUBADO NOS SEUS EMPREENDIMENTOS EM LAGOS POR EMPRESÁRIOS DESONESTOS
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eremitas eremitérios alucinações MILIONÁRIO VAI E VOLTA SEMPRE SÓ POETA NUNCA VOLTA MAIS de olhos fechados sei distinguir uma subida uma descida uma planura ou estar parado se a subida ultrapassar a linha da atmosfera embora o corpo inda possa julgar que está a subir apenas estou a ir para um ponto entre o princípio e o fim por parecer-me pouco provável que vá para uma das extremidades se delas estiver equidistante estarei no plano e no pleno quando as duas extremidades começarem a comprimir-se à mesma velocidade com que expandiram (logo assim terminem a expansão). (só o título desta composição inspirado na canção alentejana é de actualidade a composição em si tem três semanas). CANÇÃO ALENTEJANA Primavera das flores Como esta não há mais Primavera vai e volta sempre Só a mocidade nunca volta mais 2ª feira eremitas eremitérios alucinações
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eremitas eremitérios alucinações COISAS QUE SE FAZ faço o que faço porque assim é o que devo fazer e alegro-me se o que faço não provoca desproporcionado volume e espaço comparado com o tempo que ocupo em fazê-lo nada disso contém conteúdo para deixar de ver as coisas como vejo e durmo e acordo para o que me faz dormir e me faz acordar. ( destinado à revista de poesia DiVersos -encomendas contacto@sempreempe.pt - cujo próximo número 32 perfaz vinte cinco anos de actividade. cumprimentos a José Carlos da Costa Marques ) 5ª feira eremitas eremitérios alucinações No Centro Cultural de Lagos Bando de artistas O bando é formado por dezena e meia de alunos da Escola Secundária Gil Eanes, autores também de uma colectânea de poemas e ilustrações, publicada por iniciativa do Grupo dos Amigos de Lagos, com o patrocínio da Câmara Municipal e o apoio da Junta de Freguesia de São Gonçalo de Lagos, da Escola Gil Eanes e do Interma
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eremitas eremitérios alucinações IMPLACAVELMENTE antigas raízes impedirão o enraizamento de novas semanalmente levo litro e meio de água a uma pequena alfarrobeira renascida de entre as raízes da acácia regando em mim a hipótese de ter ela desenvolvido uma fórmula generalizável. 2ª feira eremitas eremitérios alucinações esta revista de ecologia & economia acaba de publicar o seu número de verão com temas do maior interesse e faz capa com uma sugestiva foto de Theobald Tiger CRISTAUTODESCRUCIFICA-SE no Adro da Igreja de Barão de São João. DiVersos está em circulação o n.º 32 desta prestigiada revista de poesia é um dos dois números que será publicado em 2021, ano do 25.º aniversário de publicação. J. C. Costa Marques * Edições Sempre-em-Pé Rua Camilo Castelo Branco 70/52 * 4425-037 Águas Santas contacto@sempreempe.pt
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eremitas eremitérios alucinações PROVAVELMENTE NUNCA ACONTECERÁ mas não excluível ou desprezível como hipótese de trabalho que por acidente ou por necessidades evolutivas inacessíveis à compreensão tenham as aracnídeas teias em consistência e dimensões ganho uma dimensão tal que nelas se enleiem outros e diversos seres e seus artefactos ou terrestres ou marítimos ou aéreos (e que tal assim fôra não foi por finalidades e desígnios civilizacionais quer planetárias quer galácticas quer do universo ele próprio) JORGE LUÍS BORGES tivera no seu estilo e maestria nunca igualáveis confabulado sobre as teias de aranha mas sem esta conclusão contida entre parêntesis: decerto e implacavelmente por achá-la redundante. 2ª feira eremitas eremitérios alucinações
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eremitas eremitérios alucinações PAPAS DE MILHO COM BERBIGÃO E MOREIA FRITA sem pejo permito-me supor que as genitálias que me depositaram na praça d’armas em lagos me tenham deixado a memória de sagres que os quatro irmãos conheceram precocemente propenso para a introspecção conheci três momentos marcantes comigo próprio: numa reformada barcaça acostada numa ilha do sena próximo de paris na volta ao lago leman em pedaleira num só dia e o recentemente atingido nível grão-mestre-ouro na paciência solitária spider da microsoft se catalogar estes como inclinação eremítica como desafios aos limites pessoais hoje terei que descrever o que senti há uma semana como plenitude com as rochas do martinhal em frente o forte azul do mar a conjugação da nortada e do vírus restituindo a sagres o seu carácter de finisterra as papas de milho com berbigão e a moreia frita de novo sem pejo concluo que se pode atingir a plenitude sem ter atingido o âmago de si