nem
mestre /nem aluno
REVOLUÇÃO
CULTURAL EM
BARÃO
DE SÃO JOÃO
Este
documento fotográfico emparelha com outro com existência apenas na minha
memória.
Em
que um comandante de um destacamento de segurança francês em Paris, março 68, olha
para mim diagnosticando se sou um provocador se um ingénuo.
(curiosidade: a perfeita simetria das mãos do casal Cavaco Silva) |
Aquele
sorriso ostentado por Cavaco Silva foi antecedido de um olhar idêntico, desta
vez no Centro Cultural de Lagos, durante a exposição RETRATOS DO INFANTE.
Ao
ver uma carrinha da polícia achei que aí encontraria a indicação do local que
procurava.
O
baixar do vidro mostrou-me um grupo de militares de intervenção armados e encapacetados.
Ao
ouvir a minha pergunta produziu-se então esse olhar interrogativo durando
segundos.
Tendo
optado pela segunda hipótese desarmou o franzir da testa e quase que sorrindo
indicou-me o virar da esquina onde se encontrava a sala onde iria ter lugar uma
sessão sobre a Revolução Cultural Maoista, razão pela qual ali se encontravam.
Quando
Cavaco Silva chega à minha frente, e ainda nos apertos de mãos, já eu lhe
perguntava se podia colocar-lhe uma pergunta (olhar diagnosticador como o do
comandante francês, só que à algarvia, mais desconfiado).
Socorri-me
de linguagem fisionómica junto de Madame Cavaco Silva que, chegando à mesma
conclusão do comandante, transmitiu a seu esposo na mesma linguagem, que não
havia razão para receio.
Perguntei-lhe
então o que pensava da importância que a China estava a tomar e se haveria um
perigo amarelo (le peril jaune). É então que se produz o aliviado sorriso.
-
Ó meu amigo, A China é uma civilização milenar.
Tomado
por algum entusiasmo esgotou o tempo protocolar e só se lembrou do artista, já
de saída, perguntando-me se eu era algarvio.
Numa
pausa da sessão um chinês esclareceu-me duas coisas: que quem detém o Poder não
o larga e que temos de ser nós a tomá-lo, e que cada povo tem de libertar-se por
si próprio, através da cultura.
Concordei
e prometi que iria fazer isso.
Em
maio 68 já estava em Genebra, donde saí em março de 73, quando já podia comprar
um terreno para instalar uma Revolução Cultural.
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Ermida de Nossa Senhora de
Guadalupe | Homenagem sonora ao espírito da água
14 de Abril 17h30
Água” é uma nova criação
sonora da cantora portuguesa Mariana Root e do multi-instrumentista chileno
Nacho Rodriguez. A voz de Mariana, acompanhada da sua expressão e carisma, dá
vida ao canto que nos lembra que somos água.
A
Ermida de Nossa Senhora de Guadalupe é ainda reconhecido por muitos como o lugar
onde, em tempos, se ia pedir a “bênção da água”. Este templo será o lugar
privilegiado para a apresentação deste concerto-homenagem, que é também um
contributo, uma intervenção, um encontro com tema da ÁGUA.
O
espetáculo musical tem entrada livre, com donativo consciente.
Fortaleza de Sagres
fortaleza.sagres@cultalg.gov.pt
Telf. 282
620 140
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