UNIVERSIDADE DE
LAGOS
nem mestre /nem aluno
PASSEIO DOS POETAS
MATA DE BARÃO DE SÃO JOÃO
(Substitui anunciado
eremitas eremitérios
alucinações A NUDEZ)
A apreciação
que mais nos apraz ouvir vem daquelas pessoas que por aqui passaram e dizem não
ter dado por nada.
Era essa
a nossa intenção, respeitar a natureza envolvente sem que ela fosse
secundarizada pela presença e pela obra humanas.
A ideia
surgiu a Deodato Santos, na sequência de um convite da Presidente da Assembleia
de Freguesia, Conceição Marreiros, feita a pessoas que aqui tinham desempenhado
cargos.
Compreendia
três fases, duas das quais concluídas.
A
primeira agrupa dez produções com início junto ao Parque das Merendas,
representando poetas locais e regionais.
Foi
levada a cabo por Deodato e Francisco Roxo com as suas próprias e inapropriadas
ferramentas e com o sempre prestável e entusiástico apoio do Presidente da Junta,
José de Jesus Figueiras, que conseguiu a maquinaria da Câmara de Lagos para deslocação
e colocação de algumas pedras.
Os
imprevistos eram diários, sobretudo em obter material e acessórios, inexistentes
no comércio local.
O fim da
primeira fase coincidiu com o colapso das ferramentas dos tarefeiros.
A
segunda fase começou com a descoberta no Aldi, por Francisco Roxo, de oferta
especial de ferramentas mais resistentes e apropriadas. A Junta adquiriu quatro
dessas ferramentas por uma soma que não atingia os cem euros.
E
terminou num largo, para o qual a Junta proporcionou através da Câmara, dois
bancos que passariam a conferir ao espaço uma nota acolhedora.
E deixaria
já esboçada a terceira fase, num charco, em que ficou a figurar um peixe
trabalhado pelo jovem Leonel que, entretanto fora iniciado, tendo demonstrado
bastante aptidão.
Pela
extensão do percurso, pelas potencialidades evidenciadas e pelas expectativas
criadas, a terceira fase não poderia ser sustentada apenas pela boa vontade e
improvisação, por mais essenciais que elas sejam.
Assim
candidatámo-nos ao Orçamento Participativo com projecto que incluía formação de
aprendizes, aquisição de novas ferramentas e outros instrumentos técnicos.
E que,
por outro lado, e em consequência directa da particularidade da obra, expandia
para actividades culturais.
Erros de
formulação não condizentes com as regras do Orçamento Participativo, impediram
que o projecto fosse considerado.
Como
toda a coisa que existe o Passeio dos Poetas terá, talvez, o seu tempo.
Quem
sabe se este surgirá, quando uma viandante Criatura - ou aérea - por acaso, descobrir
no meio do mato uma das pedras e, curioso, chame um filólogo especialista em
línguas desaparecidas.
Barão de
São João, 24 de outubro 2018
deodato santos
5ª
feira eremitas eremitérios
alucinações A NUDEZ
Neste 1 de novembro começam
marchas, passeios e várias actividades em redor do Passeio dos Poetas.
Organização Via Algarviana, Almargem, Câmara Municipal de
Lagos, Turismo do Algarve, Centro Cultural de Barão de São João.
SEGREDO QUE MAIS TEMPO NÃO PODEMOS OCULTAR une este trio:
Câmara de Lagos, Turismo do Algarve, Centro Cultural de Barão, que poderá transtornar
este último e que decerto incendiará as redes sociais. Sabia-se quem era o pai
do CCBSJ, a Câmara de Lagos claro, que o fizera crescer. Mas nunca se soube quem
era a mãe. Pois bem, foi o Turismo do Algarve. Augura-se que este
reconhecimento trará a ambos frutuosa colaboração.
Deodato Santos, que foi vogal da CRTA representando as
Câmaras do Barlavento Algarvio, contou-nos que, cansado de estar sentado em
prolongadas reuniões em que se tinha de votar sobre as mais diversas coisas,
resolveu um dia apresentar uma proposta de criação de um projecto dedicado à
juventude internacional que, curiosa, vinha ver o que se passava em Portugal em
1974. Chamar-se-ia Campo de Trabalho. Foi aceite. O primeiro, a título
experimental, seria em Barão de São João e seria dirigido pelo proponente.
O Campo oferecia aos jovens as mais diversas tarefas e entre
elas (cá estamos) a criação de um Centro Cultural.
O algarvio Luís Filipe Madeira, que era Secretário de Estado
do Turismo pelo Partido Socialista, encaminhou o proponente para o seu colega em Lisboa no Ministério
superintendendo as florestas, para que o espaço que o CCBSJ iria ocupar fosse
desanexado do perímetro florestal.
Uma vez oficializado, concedeu Luís Filipe Madeira uma verba
que daria para abrir caboucos e erguer as paredes exteriores.
E deslocou-se a Barão para visitar o Campo de Trabalho e ver
os caboucos abertos, onde dias antes andavam Francisco Roxo e Deodato, de
picareta- rectroescavadoras era coisa rara e cara.
Como aparece Deodato Santos,
um desconhecido, no único Órgão de Estado da altura no Algarve? Um mistério que
nunca conseguiu desvendar e que agora já será tarde para ser desvendado. A única certeza é que o
seu nome não foi sugerido a partir da Lagos, sua terra natal.
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