CANTADORES DOUTROS TEMPOS



"Assim se canta, como vem no folheto!..."
 
Vale mesmo a pena ampliar, para ler os versos!
bradava o protagonista destas cenas patéticas, de canto e fortes emoções, para anunciar o começo do espectáculo.
Cantavam o fait-divers, tal qual, ou com parecenças… a certos jornais e televisões de hoje.
Gente muito pobre, que não tinha nada de nada! E o sustento desses desencartados da sorte, era a venda do folheto que trazia a descrição das desgraças mais desgraçadas, impiedades, maldições e horrendos crimes, do muito de que do mais bradava aos céus, pelo país.
Andavam de norte a sul, por tudo quanto era feiras e mercados, romarias, festas religiosas ou pagãs. E, claro, eram vistos em Lagos, pela Feira Franca e no dia da Procissão da Senhora dos Aflitos...
As estórias eram cantadas em versos muito pobres, rima de pé-quebrado, mal amanhados.
Este tipo de arte popular, que fazia explodir as emoções até às lágrimas, a compaixão e o falatório apaixonado das populações, terá existido desde o século XVIII, ou provavelmente antes, depois que Gutenberg inventou a impressão tipográfica.
Extinguiu-se nos fins dos anos 50.

Comentários

Amigo Poeta
Era assim uma espécie de Literatura de Cordel,como ainda existe no Brasil?!
Obrigada por recordar usos de outros tempos,em Lagos,e outras terras.
Um abraço
Beatriz de Bragança

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