acto poético merdoso**
      Andava o homem das artes passeando,     aos seus maduros anos dando trato,     a álea dos poetas visitando.     Eis senão quando,     Oh! céus! oh! gentes!     com seus olhos de sonos e sonhos ainda mal despertos,     vislumbra um copioso, enorme, negro, cagalhão.     De égua, cavalo ou outro equídeo,      era uma  bola enorme ali assente.     Deuses! sacrilégio!     defecara o animal na pedra lisa      a mesma onde o poeta deixou verso.     Vociferando aos céus, aplaca ódios,     e socorrendo-se de lixo hediondo ali espalhado     porcos sereis! - vai resmungando,     e a vergar-se a esses miseráveis visitantes,     saco de plástico em riste,     cruzes! credo!     saca de cima do poema aquelas fezes.     E denodado servidor da Natureza,     democrata exímio e fervoroso,     reparte a poita em iguais partes,     um pedaço de merda a cada…árvore!        ** assim chamou   o homem das artes ao seu evento                                      fotos de Maria de Fátim...