CONTOS EM BARÃO: O MISTÉRIO DA PALAVRA

A neuro-ciência  poderá decerto localizar e mapear as zonas do cérebro sujeitas à influência da palavra. Mas ficará por aí, não acredito que possa vir a saber  o que ela poderá produzir nos sentimentos da pessoa.
E apesar do cansaço das torrentes de palavra que a cada momento e em cada lugar nos assaltam, na descrença e desconfiança que temos à abordagem de um falante profissional ou não, somos levados a acreditar que continuamos  a esperar dela  qualquer coisa.
A defesa que somos muitas vezes forçados a desenvolver para não a ouvirmos, o facto de a termos desenvolvido, é a prova que mantemos intacta e viva a capacidade de acreditar que ela contem esperança.
E maravilhamento. 
Mais uma vez se sentiu isso nesta penúltima sessão dos Contos em Barão. Não são coisas que durem e possam durar muito tempo, é por intermitências por vaivém, mas de repente sente-se um silêncio revelador.  Foi quando ela conseguiu ser autêntica, sem artifícios, sem intenção de procurar efeitos e aplausos.
A palavra, para além da sua imediata função comercial, continua a ser a busca do maravilhoso.
Poderão os sensores medir os efeitos acontecidos numa consciência, quando ela é atingida por uma palavra que provocou maravilha?

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