COMANDANTE DEODATO

                      FUMO SOBRE TANCOS

A táctica cortina de fumo destina-se a cobrir os movimentos das tropas em campo de batalha.

Uma outra versão é utilizada na guerra surda ou na permanente guerra psicológica.

Nestas não se utiliza fumo mas palavras.
Pode até pensar-se que a guerra nunca acaba. Quando se calam as armas continuam as palavras, preparando a vinda do seguinte estado de guerra.

O estado actual de Tancos é uma densa cortina de palavras que tem como fito esconder a pergunta: a que se destinava o material.

Tancos pode ter sido um banal e vulgar desvio de material bélico para negócio com a ilegal economia paralela que disputa o controlo do planeta.

Porém, a minha formação custa a aceitar que militares tendo feito o sagrado juramento de defender a pátria se deixassem enveredar pelo caminho de vulgares gângsteres. 

Já aceito, todavia, que o seu empenhamento fosse por uma causa e que esta fosse enquadrada por uma agência secreta com uma estratégia planetária. E que dela, causa, adviessem vantagens diplomáticas para Portugal.

Terá sido por lapso, distracção, ou mensagem entre linhas, que um chefe militar, em circunstâncias paralelas, tenha declarado que o empenhamento de militares portugueses apoiando a presença francesa em África (onde parece que se situam importantes jazidas de urânio) tinha valido o voto francês na nomeação de um português para um visível cargo internacional.

Outra hipótese, rejeitável esta, é que se tenha tratado de um preparativo para uso interno.
Rejeitável, porque imagino que herdeiros saudosistas do 25 de abril ou do 25 de novembro não encontram bases ideológicas de actualidade nem situações sociológicas que suportem qualquer acção.



2ªfeira     POÇAS de THEATRO

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