UNIVERSIDADE DE LAGOS

nem mestre/nem aluno

                                                          HISTÓRIA DA ETERNIDADE

JORGE LUÍS BORGES

 …as obscuridades inerentes ao tempo: mistério metafísico, natural, que tem de anteceder a eternidade, que é filha dos homens.”

 O tempo é um problema para nós, um tremendo e exigente problema, porventura o mais vital da metafísica; a eternidade, um jogo ou uma fatigada esperança.

 Após discorrer sobre as teorias de filósofos e teólogos clássicos e actuais que falaram e criaram Eternidade, Borges (HISTÓRIA UNIVERSAL DA INFÂMIA) conclui referindo a sua: 

 É uma pobre eternidade já sem Deus, e ainda sem outro possuidor e sem arquétipos.

Fala de um extraordinário passeio nocturno por arrabaldes de aglomerados argentinos 

 noite em serenidade, ar límpido, cheiro provinciano de madressilva, barro fundamental

… antes me suspeitei possuidor do sentido reticente ou ausente da inconcebível palavra eternidade.

 E concluindo:

 Fique portanto em anedota emocional a vislumbrada ideia e na confessada irresolução desta folha de papel o momento de verdadeiro êxtase e a insinuação possível de eternidade de que essa noite não me foi avara.

 PAPAS DE MILHO COM BERBIGÃO

E MOREIA FRITA

 A 28 do passado mês de junho em eremitas eremitérios alucinações o habitual colaborador deste espaço publica um conto desse modo intitulado.

 No conto da pampa argentina o seu autor encontra êxtase no das rochas do Martinhal  é plenitude que se encontra.

 A conclusão que se extrai de ambos implícita e por demais explícita e evidente é idêntica: acontece sugestão de eternidade quando não está por perto a exuberante horda humana sedenta de confronto afirmação exibição notoriedade.

 

5ªfeira         eremitas      eremitérios    alucinações          ETERNIDADE

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