Era Lagos






Comentários

Unknown disse…
Que engraçado essas fotos da minha cidade preferida :)


continuação de uma semna cheia de emoções
Fátima Santos disse…
um trabalhinho bonito, uma coisa digna deste blogue que tece, logo no template (!!) loas à sua cidade, era, dizia, se o próximo post fosse com fotografias das mesmas zonas actualamente
e o colega (!!) tem disso, por certo
ora tente
Fátima Santos disse…
e tanto mais que um dia destes a frente ribeirinha vai mudar de face
e o farol esse...com tanto satélite pelo espaço que faz o desgraçado dentro em breve?!
F Nando disse…
Concordo com a Fátima e não custa mesmo nada.~
É um exercicio de memória revisitar o passado nos locais de hoje
éf disse…
Naa...hoje não tem piada mostrar. Não tem "mística".

O Farol já foi vendido. Vai ser adaptado para lanterna chinesa gigante. Calculem, portanto, o que lá se vai instalar.

;D
Anónimo disse…
Concordo com o desafio das fotos actuais dos mesmos lugares. Mesmo que sejam para mostrar o abandono, o desencanto.
Entrei pela primeira vez neste blogue e gostei do que vi.
Voltarei
francisco disse…
Vieira: e sobretudo estas cores "apasteladas".
fotógrafa disse…
LAGOS!...quem te viu...que giro recordar estes postais...


A serenidade e a alegria
são a luz e o sol
iluminando a vida
fazendo prosperar o que tocam.

Bom fds

abraço
inácio disse…
nalgumas imagens há pessoas isoladas.as pessoas tornam inevitável os paraísos perdidos: pela sua acção fisica sobre eles e porque eles se tornaram o seu passado.a 2ªimagem é o porto fenicio da minha infância.na 1ª imagem a cidade e as suas pessoas num cenário marcante: lagos ainda não se redimiu de ter sido mercado de escravos e de ter como glória literária júlio dantas.
lunatiK disse…
Viva
estas imagens são autênticos documentos históricos dessa linda cidade.
Quanto á pergunta que me colocou, a foto degradação foi tirada em Olhão, bem como a última, a maioria das fotos são de Faro e Olhão.
Cumps,
Blue disse…
Sou feliz, por viver na era na internet. Acabei de conhecer um pouco desta cidade, que confesso, nunca havia ouvido falar. Mais um lindo lugar deste belo País! Abraços
francisco disse…
Caro Inácio, sobre a escravatura e o papel de Lagos pouco há a dizer. Foi um dos períodos negros da história da humanidade mas não me parece que Lagos precise de se redimir desse passado, talvez o país. Quanto ao Júlio Dantas, embora não seja grande apreciador da literatura acho que deve ser um personagem muito interessante de estudar. Não temos muitos médicos-políticos-escritores do quilate dele. Até o Almada Negreiros lhe ficou a dever notoriedade...hehehe.
Também não me parece que Lagos tenha que se redimir desse seu filho (digo eu, que sou de Olhão).
Saúde.
francisco disse…
lunatik, obrigado pelo esclarecimento e pela vista.
Saúde.
inácio disse…
caro francisco.sublime metáfora: já não podem existir um sem o outro.cheguei á Ceia dos Cardeais depois do Manifesto Anti-Dantas.não sei se haverá algum professor que a expensas próprias dê a conhecer nas escolas locais a obra de JD, mas quase aposto não haver nenhuma norma ministerial que dê horas e docentes para se estudar os criadores locais além dos que lograram estar para lá do local.um em pedra outro em papel são 2 dos maiores simbolos de lagos. são o passado,são um acumulado de acções que passam a caracterizar aquela terra, que nos dão razão para viver e que nos asseguram que também nós faremos parte desse passado, sinónimo de eternidade.mas como o passado é o amontoado dos passados de várias gerações também é preciso olhar o presente. mas olha-se sempre o presente respaldado no passado,a partir da segurança que ele confere,estamos na soleira da porta e olhamos o que se desenrola na rua e julgamos o presente com as costas no interior da casa com o seu volume securizante matricial uterino.o que acho é que poderemos dar um pequeno passo nais para fora da soleira e deixar espaço na retina aos novos criadores de passado, porque sendo cada fracção de segundo já o passado, tudo os que fazemos faz de nós criadores de passado.as terras são a imagem que cada um faz delas,para os da minha época lagos é só memória e fotografias como as que você mostrou.quanto tempo calcula que levará a fotografia de hoje a ganhar a "mística"? e como serão os suportes que registarão lagos e todos os seus simbolos até então amontoados, todos os novos monumentos a existir todos os novos dantas,quando o sol começar a aumentar o seu volume? acredito que cada um de nós tem uma secreta fé que esses arquivos já existem num ponto qualquer do universo e que ele por ser infinito, ou não, é este ponto onde estamos.obrigado pela oportunidade que me deu de fazer esta resposta, sabendo-a você de antemão.
francisco disse…
caro Inácio, eu é que agradeço a atenção dispensada ao post e resposta aos comentários. Este site colectivo de gente de Lagos, fica mais rico.


«as terras são a imagem que cada um faz delas» gosto dessa “imagem”, remete directamente para a memória individual ao invés da habitual “memória colectiva” que, de facto, não passa de uma abstracção, um conceito impossível, - como se fosse possível encontrar um denominador comum entre as vivências de todas as pessoas (negação da experiência individual)?!
«quanto tempo calcula que levará a fotografia de hoje a ganhar a "mística"?», normalmente, a fotografia ganha a “mística” ao fim do tempo necessário para que o objecto documentado se reduza a uma memória ténue ou que desapareça, mesmo, das nossas memórias. Então, a fotografia, o registo, ocupa o papel do real, substituindo aquilo que já não existe.

Sobre o Dantas e o Almada, ler aqui um texto interessante:
http://www.prof2000.pt/users/tomas/almada_e_dantas_a_nu.htm

Saúde.
inácio disse…
volto em nome da rija intransigência que devemos praticar para conosco próprios: é óbvio e é dos livros que quem não ousa sair da soleira sou eu proprio e que o sindroma Mercado de Escravos - Júlio Dantas é só meu.
francisco disse…
Inácio: Não me parece síndroma, mas antes o resultado do juízo que todos fazemos sobre o que nos cerca e, sobretudo, nos toca. Essa apreciação sobre o Dantas é partilhada por muitos mas, desde há muito que aprendi quão injustos podemos ser quando julgamos, comparativamente, um artista e um político. No que toca ao assunto Dantas/Negreiros adopto a frase final do Dacosta “Mereceram-se um ao outro”.
Quanto ao Mercado de Escravos, as histórias da História nem sempre são bem contadas. Sem pretender branquear o papel português no longo terror esclavagista, continuo a achar que o ónus desse passado não tem que ser imputado a Lagos - ou qualquer outra cidade -, apenas porque possuiu um Mercado de Escravos (questão muito mal estudada no que toca à sua localização exacta e, sobretudo, ao horizonte temporal em que aqui funcionou, o qual, desconfio, foi muito mais curto do que se pensa). O “trato” da escravatura constitui matéria cuja abordagem é indissociável do estudo do História do Pensamento, com o imprescindível enquadramento cronológico. Muito do havido no passado - e que fere as convicções, a moral e a ética contemporânea -, foi coisa natural ou pelo menos não criminosa, para a cultura de então. Não podemos, nós, hoje, assumir uma culpa não herdada. E é injusto atribuir tal estigma à cidade.
Mas nada disto retira a pertinência de se esgrimirem convicções críticas sobre tais matérias, até porque:
1. A dialéctica entre a cultura e a política mantém-se coisa actual
2. Podemos identificar como uma "nova escravidão" certas formas de relacionamento entre os humanos de hoje.
3. As opiniões discutem-se, e não servem apenas para nos fazerem companhia, sentadas connosco, à soleira da porta, nas tardes estivais que se avizinham.

Saúde.
inácio disse…
um preto de colonização francesa disse-me que depois do que tinha estudado dobre o assunto, que chegara à conclusão que os portugueses não tinham sido os piores. respondi-lhe que isso não me consolava.
eu que antes evitava passar pelo ME para não ouvir as correntes e os ais daquelas gentes- que teriam perturbado o próprio infante que deles tirava rendimentos - agora passei a ouvi-los em toda a cidade.
antes iam acorrentados e em barcos à vela agora vêm em cascos carunchosos com motores atados com arames de fardo de palha morrer às centenas a meio do mediterrâneo e no suave areal ulissiano. movimento que vem do inicio da humanidade pois que, segundo a arqueologia genética, foi lá que nasceu a humanidade e foi de lá que se espalhou dando lugar a tantas gentes diferentes.
um seu descendente tornou-se agora um dos homens com mais poder de decisão no mundo.admitirão de bom grado aqueles que tem sugado o mundo e os homens, legitimados pelo emblema da civilização, que em nome da civilização os antigos escravos, da côr mais temida e mais invejada, sejam eles um dia os senhores? lagos redimir-se-à quando os receber de braços abertos e os alojar nos alojamentos desertados pelo turismo entretanto arrastado pelas nortadas da história. lagos e esta civilização que começa a perder a seu cegueira orgulhosa.
consegui chegar ao endereço que você me indicou e agradeço-lhe pois aqueles factos são muito interessantes.
uma curiodidade: em criança estive mesmo ao lado de Júlio Dantas quando foi feita uma homenagem na casa onde nasceu,em adulto nas belas artes em lisboa o Artur Bual apresentou-me Almada Negreiros.
francisco disse…
Caro Inácio: «chegara à conclusão que os portugueses não tinham sido os piores. respondi-lhe que isso não me consolava.» Partilho a sua opinião.
«lagos redimir-se-à quando os receber de braços abertos e os alojar nos alojamentos desertados pelo turismo entretanto arrastado pelas nortadas da história.» Lamento, mas os alojamentos já estão reservados para criação de porcos. É a quanto a crise vai obrigar.
Não tenho a menor dúvida de quão interessante seria conhecer (ter conhecido) Dantas e Negreiros.
Saúde.
inácio disse…
caro francisco: é bom começar o dia com uma gargalhada provocada por um bom humor." alojar nos alojamentos", escapou-me.Um bom dia para si.
inácio disse…
sentado numa cadeira de tesoura monchiquense num ângulo não deixando as costas nem para a rua nem para dentro da casa. aqui ia-se pelas ruas e encontrava-se homens que dormiam nas noites estivais na valeta em frente da porta aberta.calculo que em olhão deveriam fazer o mesmo.
Á SOLEIRA DA PORTA um bom título para um livro.
francisco disse…
À Soleira da Porta já deve ser título existente, afinal de contas é um lugar comum (ou era). O que me lembro de Olhão, era de comprar camarão da rocha a 2$50 o copito. Mas parece-me que, nas noites estivais, dormiam nas açoteias.
Saúde, Inácio.

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