figos lampos de S. João
Já lá vai o tempo em que era comum iniciar o dia comendo figos secos e bebendo aguardente. Era o mata-bicho, em uso na serra, no barrocal, e no litoral algarvio. Estas infrutescências doces, muito nutritivas, a que chamamos figos, comidos secos ou frescos, tiveram uma importância crucial durante um longo período da história da humanidade e, na parte que nos toca, grande impacto na economia dos povos mediterrânicos. Os figos são ricos em açúcares (glucose, fructose e sacarose), que atingem 20% do seu peso em fresco e 60% em seco, pelo que sempre foram uma produção de valor. A figueira, árvore de exterior, dá-se bem nos climas temperados sobre terrenos fundos de origem calcária. Existem dezenas de variedades de figos, sendo mais adiantados os orjais , os lampos , os marquese s e os pedrais , e mais tardios os sufenos .
figueira lampa
Da longa lista de variedades existentes no nosso país, encontramos facilmente referências das seguintes: algarve, branc
Comentários
continuação de uma semna cheia de emoções
e o colega (!!) tem disso, por certo
ora tente
e o farol esse...com tanto satélite pelo espaço que faz o desgraçado dentro em breve?!
É um exercicio de memória revisitar o passado nos locais de hoje
O Farol já foi vendido. Vai ser adaptado para lanterna chinesa gigante. Calculem, portanto, o que lá se vai instalar.
;D
Entrei pela primeira vez neste blogue e gostei do que vi.
Voltarei
A serenidade e a alegria
são a luz e o sol
iluminando a vida
fazendo prosperar o que tocam.
Bom fds
abraço
estas imagens são autênticos documentos históricos dessa linda cidade.
Quanto á pergunta que me colocou, a foto degradação foi tirada em Olhão, bem como a última, a maioria das fotos são de Faro e Olhão.
Cumps,
Também não me parece que Lagos tenha que se redimir desse seu filho (digo eu, que sou de Olhão).
Saúde.
Saúde.
«as terras são a imagem que cada um faz delas» gosto dessa “imagem”, remete directamente para a memória individual ao invés da habitual “memória colectiva” que, de facto, não passa de uma abstracção, um conceito impossível, - como se fosse possível encontrar um denominador comum entre as vivências de todas as pessoas (negação da experiência individual)?!
«quanto tempo calcula que levará a fotografia de hoje a ganhar a "mística"?», normalmente, a fotografia ganha a “mística” ao fim do tempo necessário para que o objecto documentado se reduza a uma memória ténue ou que desapareça, mesmo, das nossas memórias. Então, a fotografia, o registo, ocupa o papel do real, substituindo aquilo que já não existe.
Sobre o Dantas e o Almada, ler aqui um texto interessante:
http://www.prof2000.pt/users/tomas/almada_e_dantas_a_nu.htm
Saúde.
Quanto ao Mercado de Escravos, as histórias da História nem sempre são bem contadas. Sem pretender branquear o papel português no longo terror esclavagista, continuo a achar que o ónus desse passado não tem que ser imputado a Lagos - ou qualquer outra cidade -, apenas porque possuiu um Mercado de Escravos (questão muito mal estudada no que toca à sua localização exacta e, sobretudo, ao horizonte temporal em que aqui funcionou, o qual, desconfio, foi muito mais curto do que se pensa). O “trato” da escravatura constitui matéria cuja abordagem é indissociável do estudo do História do Pensamento, com o imprescindível enquadramento cronológico. Muito do havido no passado - e que fere as convicções, a moral e a ética contemporânea -, foi coisa natural ou pelo menos não criminosa, para a cultura de então. Não podemos, nós, hoje, assumir uma culpa não herdada. E é injusto atribuir tal estigma à cidade.
Mas nada disto retira a pertinência de se esgrimirem convicções críticas sobre tais matérias, até porque:
1. A dialéctica entre a cultura e a política mantém-se coisa actual
2. Podemos identificar como uma "nova escravidão" certas formas de relacionamento entre os humanos de hoje.
3. As opiniões discutem-se, e não servem apenas para nos fazerem companhia, sentadas connosco, à soleira da porta, nas tardes estivais que se avizinham.
Saúde.
eu que antes evitava passar pelo ME para não ouvir as correntes e os ais daquelas gentes- que teriam perturbado o próprio infante que deles tirava rendimentos - agora passei a ouvi-los em toda a cidade.
antes iam acorrentados e em barcos à vela agora vêm em cascos carunchosos com motores atados com arames de fardo de palha morrer às centenas a meio do mediterrâneo e no suave areal ulissiano. movimento que vem do inicio da humanidade pois que, segundo a arqueologia genética, foi lá que nasceu a humanidade e foi de lá que se espalhou dando lugar a tantas gentes diferentes.
um seu descendente tornou-se agora um dos homens com mais poder de decisão no mundo.admitirão de bom grado aqueles que tem sugado o mundo e os homens, legitimados pelo emblema da civilização, que em nome da civilização os antigos escravos, da côr mais temida e mais invejada, sejam eles um dia os senhores? lagos redimir-se-à quando os receber de braços abertos e os alojar nos alojamentos desertados pelo turismo entretanto arrastado pelas nortadas da história. lagos e esta civilização que começa a perder a seu cegueira orgulhosa.
consegui chegar ao endereço que você me indicou e agradeço-lhe pois aqueles factos são muito interessantes.
uma curiodidade: em criança estive mesmo ao lado de Júlio Dantas quando foi feita uma homenagem na casa onde nasceu,em adulto nas belas artes em lisboa o Artur Bual apresentou-me Almada Negreiros.
«lagos redimir-se-à quando os receber de braços abertos e os alojar nos alojamentos desertados pelo turismo entretanto arrastado pelas nortadas da história.» Lamento, mas os alojamentos já estão reservados para criação de porcos. É a quanto a crise vai obrigar.
Não tenho a menor dúvida de quão interessante seria conhecer (ter conhecido) Dantas e Negreiros.
Saúde.
Á SOLEIRA DA PORTA um bom título para um livro.
Saúde, Inácio.