eremitas eremitérios alucinações


se arrefece: arrefece    se aquece: aquece    se há guerra: há guerra:   todo o tempo que faz é o tempo que faz: razão para deixar isso com ele e dormir quando durmo e não dormir quando não durmo.

pelo que ouvi parece-me um pássaro  pelo que vi parece-me um pássaro  pelo que senti duvido que seja um pássaro.

estar aqui ou estar aqui    ser isto ou ser isto.

o relâmpago do irreal: eu que o senti confesso ter sido alucinação o que senti.


(transposição para volume de uma peça literária já aqui publicada e agora acrescentada
de uma terceira parte que foi resposta a dois comentários)

os três filósofos jogadores de carta puxam a sua carta põem-na ao alcance do olhar e de pé ficam horas até que um deles a devolva ao bolso no que é seguido pelos outros: silenciosos como chegaram afastam-se cada um para seu lado.




(nunca tendo qualquer deles apresentado publicamente as suas ideias esta é considerada muito justamente uma obra de grupo: as três cartas com que jogam são sempre as mesmas todas elas brancas não ostentando nenhuma delas qualquer valor facial).




1- simulam jogar a um jogo que não existe e em que não acreditam.
2simulam para quem: para quem lhes deu as cartas e que não se deixa enganar? assim sendo porque jogam então?
3- cultores da solidão cósmica respondem  ao absurdo com o absurdo.
fotos carl zimmerling

Comentários

Edith Lobato disse…
Parabéns pelo aporte. Boa semana. Abraços.
Amigo
Uma publicação muito filosófica!
O Homem é um ser impregnado de dúvidas!
Sempre assim foi e assim será!
Quanto mais descobertas,mais dúvidas!
Um abraço
Beatriz

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