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A mostrar mensagens de dezembro, 2012

por acaso no Natal

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Nestes dias, um pouco antes e um pouco depois de ser dia de Natal, aconteceram na cidade  dois encontros que em boa hora se cruzaram comigo. Foi na pastelaria que tem à porta um boneco   do Deodato, o mesmo que fez o convite para um café depois do almoço. E  foi em torno do que lemos, e foram fotos,  e há-de repetir-se em outra quinta com outros participantes,  e havemos de ver por aqui o resultado. E ali, junto à velhinha praça da música,  foi o que vem sendo desde há vinte e dois anos (22!)  por iniciativa do Cristiano Cerol. E são  poemas que ficam registados como  Costa de Oiro-cadernos de poesia  na Biblioteca do Museu onde, depois do pequeno almoço e de conversa amena, são entregues em cerimónia  simples. Coisas que vão acontecendo nesta terra, e nem apoios, nem edilidades, nem mais que estes carolas que somos e que 2013 nos vá dando esse pouco de poetas e de loucos... fotos de Maria de Fátima

NATAL DOS SEM ABRIGO

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.   - Naquela noite fazia frio fazia pena ver almas despedaçadas deitadas corpos entrouxados dispersos nas calçadas luzidias do passeio das ruas   . Caía uma névoa fina que simulava chuva punhais de raiva e resignação ou antes uma levada de mágoa de murmúrios sem data sem fumo sem restos de cio perdidos num mar de pedras nas calçadas da rua .  . Era uma noite de claustros tambores rufando clamando os clamores da vida a náusea descrente na boca sofrida o granito fundido já duro das lutas perdidas pisado nos ossos nos ombros nos olhos que olham as coisas por fora nas coisas por dentro e as noites nos dias e os búzios na praia sem vento soprando as pedras do passeio da rua . Doía a quem doía não fora a noite uma noite de aprazimento em todas as aldeias da cidade tempo de alegrias acepipes farturas alvarinho em casas abastadas sobranceiras aos passeios da rua . o mais vago grave desígnio dum oráculo de plenitude na inocênci

PASSEIO DOS POETAS

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       generos o encontro de  artistas plásticos    poetas                                             músicos     numa das várias despedidas  de barão de são joão à sua freguesia vieira calado, o primo, leu o seu louvor à alfarrobeira  e ana maria, a filha, plantou-a. LEONEL NEVES                                                                                                manuela caneco fátima santos                                                                                                                                                                         santa-rita natividade evangelista domingos pestana rosa roxo a palavra  poética que se ouve atentamente o concerto: joaquim galvão flauta, bruna meliá violoncelo a palavra que adormece com o chegar da noite deixando lugar à que é sussurada pela música actuaram também paulo galvão e joão bandarra  da academia de música de lagos

Passeio dos Poetas

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   Ninguém ainda por aqui a dizer que foi bonito, que a festa até parecia uma romaria, que estavam todos com ar de estarem satisfeitos,  mesmo os que desenharam letras tantos meses, dias, horas, humidades e frios,  mesmo esses, ou sobretudo eles, estavam tão felizes.   Faltaram os foguetes, mas via-se que o sol a espreitar entre as copas das árvores fazia as vezes,  e o mais eram as vozes a dizerem o que estava gravado em cada pedra para a posteridade,  e eram de festa as mãos plantando alfarrobeiras que um dia, depois de cada poeta ter ido para     Deus, serão  ali o suor da sua mão a abençoar cada letra, cada palavra, cada verso.   Ninguém ainda se atreveu, que isto de estar contente precisa de ser acalentado em lume brando antes que se possa gritar:    olha foi tão lindo! que pena não teres ido!    E há fotos.  Vou mostrar apenas algumas onde estão mãos de poetas plantando alfarrobeiras.   fotos da Antonieta Pestana

PASSEIO DOS POETAS

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  chico roxo dois "artistas de barão", recebendo conselhos técnicos do consagrado escultor lacobrigense Tolentino de Lagos, gravaram as dez pedras que receberam os poemas de Vieira Calado, Manuela Caneco, Pedro Magalhães Santa Rita, Maria de Fátima Santos, Domingos Pestana, Natividade Evangelista, Rosa Roxo, Paulo Galvão, Cláudia Silva, numa homenagem ao grande poeta Leonel Neves, com raízes em bensafrim e odeáxere.   deodato do mesmo modo que se passa por este mar de pedras e não se vêem as marcas deixadas pelos crocodilos pelos rinocerontes pelos dinossauros, também poderemos passar por estas gravadas hoje pelo homem com mensagens do homem. ou porque a erosão de um material tão frágil mas tão difícil de trabalhar as apagou, ou porque deixaram de ser compreensíveis os sinais deixados pelas garras ou pelos cascos ou pelos chifres ou pelos dentes daquelas outras formas. e que coisa haverá mais sujeita ao phenómeno da erosão do que a palavra. as formas das letras e

TEATRO EXPERIMENTAL DE LAGOS

BAR ATABAI DIÁLOGOS LIDOS Infelizmente aos tempo que correm  poucas são as coisas que escapam e o BZARANHAS fechou a porta. Felicidades para a Cláudia, que já está a trabalhar em Lagos. Nele tinham nascido os Contos em Barão e agora os Diálogos Lidos. Impossível de parar uma tão interessante experiência, ela não sofrerá qualquer interrupção e assim, dia 11, a segunda terça feira de cada mês,  novos autores vêm juntar-se aos habituais, num novo espaço. É o conhecido bar do Zé Manel ou ATABAI, em Barão de São João, cuja actual gerência  tem a intenção de criar um ambiente  que dignifique aquilo que se faz e quem o faz. A Arte não será decerto uma solução para a existência que conhecemos, mas oferecerá decerto um pouco de conforto para aqueles que não se contentam com a realidade. Tanto para aqueles que  produzem a palavra, como para aqueles que procuram a palavra dos outros como se fosse ela a sua própria. Comungando deste espírito,  a gerência resolveu criar uma colação, que