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A mostrar mensagens de abril, 2011
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todos os jogos inventados pelo homem - a arte é um jogo - são de vida e de morte, imitando aquele que  não  inventou: o da procriação.
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  ao  CLUBE ROTÁRIO DE LAGOS Acabo de notar com acentuado desgosto que esqueci de mencionar na informação "Breves Itinerâncias de Algumas Esculturas " do catálogo da exposição ora patente no Centro Cultural de Lagos , que o Baile da Desfolhada tinha sido exposto  em Lagos, e  pela primeira vez, por iniciativa desse Clube. A minha participação em quatro exposições quase em simultâneo não atenua a falha, pelo que peço a V.Ex.as, e em especial ao Dr. Jorge Ferreira , inexcedível na organização , as minhas desculpas. E ponho-me ao vosso dispor para qualquer evento que realizem ,  embora não possa isso reparar a deselegância involuntariamente cometida. deodato santos
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MANUELA CANECO a memória da miúda muita concentrada, sentada na caixa de castanho dos figos torrados, fazendo desenhos. podia resumir a conversa a isto. e estou tentado a fazê-lo. a sopa de feijão verde estava boa e a conversa foi seguindo o seu curso. a imagem dessa peça única que é uma caixa dos figos torrados e a miúda sentada em cima dela, formou-se em qualquer parte dos meandros do cérebro e toldou-me de tal maneira que no fim lhe disse que não tinha ficado com nenhuma ideia para trabalhar. e as pessoas à sua volta nos prolongados serões à luz do candeeiro a petróleo, dizendo que tinha muito jeito e que seria um artista e a família mandando-o para as belas-artes. parece um padrão. começa assim nas maioria das vezes, é clássico que assim comece. quando não é em casa é na escola, um professor que se lembra de dizer isso. e depois há os que ficam para sempre assim esperando o dia do reconhecimento das grandes galerias que fornecem os grandes colecionadores
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mário soares julgando que a festividade para que fora convidado era os santos populares apareceu de cravo de papel. ramalho eanes, de barba que lhe fica bem com a idade e com algumas citações de cultura ( participação de sua mulher?) e apesar de militar, até parece um robot mais humano que passos coelho.  o senhor general, ajudante de campo de cavaco silva, não tinha as mãos atrás d a s costas. estava sentado. o olhar de maria cavaco silva dizia que tivera muita participação naquilo tudo. no cuidado do discurso e na própria iniciativa do evento.

A revolução, ou estes gajos não se entendem nem à paulada, vou passear!

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E ra dia de escola, mas por qualquer razão rara deixaram-me preguiçar na cama (tal como hoje gosto de dormir de manhã), fiquei grato, todavia estranhei o sossego, a minha avó que me pregava sermões por eu dormitar mais do que a conta, estava lidando pela casa numa aflitiva bonança. Deixou-me curioso; fui averiguar, desci as escadas com muito cuidadinho, avizinhava-se um berro, claro. Lá estava a velha, espantosamente serena, não disse nada, – hoje tenho esta imagem como prova que a revolução foi pacífica – estava atenta ao rádio: tocava uma música estranha. Talvez fosse feriado, ou estava maluca. Perguntei se tinha de ir à escola, fui informado que não havia escola: tinha havido uma revolução, andavam aos tiros em Lisboa para derrubar o governo, tudo dito com um ar de alegria. Estava maluca de certeza: dias antes, contara-me com ar de orgulho que, quando de um atentado à bomba contra um tal de Salazar falhou, ela tinha ido de um lado a outro de Lisboa a pé em peregrinação, para entrega
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foto F. Castelo                                                                                                                                                                                                      historicamente diz o meu amigo, ficarei marcado por duas decisões que não ousei tomar: poderia ter dado à ponte Vasco da Gama o nome 25 de Abril e devolvido à outra o seu nome de origem, Salazar. se com esta  análise até posso concordar já com a outra discordo totalmente: aproveitar-me do facto de não haver sessão solene na AR sobre o 25 de Abril para, definitivamente, deixa-lo cair no olvido? seria um grande erro! repare: enquanto o povo pensar que houve uma revolução naquele dia, subentende que  a revolução continua e fica quieto. foi o mesmo que se passou com o meu "sobressalto cívico". caiu o governo, o pessoal ficou contente e não foi mais além. chama-se a isto despoletar a bomba, como diria o meu ajudante de campo, aquele senhor general que vai sempre na

Outono tardio

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A queda das folhas chegou na Primavera

recantos de Lagos X

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aconteceu procissão no Domingo de Ramos e eu não via disso por aqui faz tempos tradição que me apraz será para muitos renovação de fé   A Igreja de S. Sebastião toda engalanada pena que em vez de cânticos nas vozes dos fiéis, fosse aquela gravação ainda mais repetindo-se, repetindo-se no curto espaço em que fiquei acompanhando
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                 bruenjes (a garrafa de água era de vidro com uma tampa metálica) se uma pessoa for a um concerto de piano e o pianista, que até pode não se enganar nas teclas, não for muito bom, a pessoa sabe dizer que não é um bom pianista. porque não se diz o mesmo de um pintor? não senhor, este artista não sabe pintar, é um mau artista. nem tudo é arte nem tudo são artistas . a mala tem muito dessa contradição. ( com o indicador e o polegar da mão esquerda fechei, até se juntarem, os bordos da tampa). pratica música e a sua principal fonte de receitas, neste tempo de retração do comércio da arte,  é o conserto de violinos de concerto. acredito que há muito bons artistas, verdadeiros artistas, que fazem as suas obras e se recusam a mostrá-las. a arte e ser artista é um privilégio. isto é arte? mostrei-lhe a tampa que havia transformado. para si, é.     vou com isto para casa porque o que queria fazer, só  o consigo apertando-a no torno. acha que isto
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quele senhor   foto F. Castelo                                                                              general que vai sempre na minha comitiva sempre de mãos atrás das costas, e que é meu ajudante de campo, disse-me que nunca me viu tão encavacado. o meu amigo tem de facto razão, há financeiros portugueses a fazer fortunas com o assalto feito a esta nação. mas não, não podemos considerá-los traidores, é apenas o mercado a funcionar.
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Alonzo e deodato vão apresentar trabalhos no Centro Cultural de Barão de São João neste fim de semana, convidados pela Junta de Freguesia local, como componente cultural à Feira do Folar. Alonzo parte no fim do mês para os Estados Unidos onde tem exposições marcadas. Joel Correia e Henrique Pereira têm obras a animar o espaço da cafetaria do centro cultural de Lagos. Taquelim está a trabalhar numa série de vinte telas sobre o tema Touradas, havendo contactos para uma possível mostra em Barrancos. Reabriu a galeria de Timo Dillner na Rua Dr. Joaquim Tello. Além de apreciar as obras desse artista pode-se adquirir o  livro " Arte =( é igual)" , um interessantíssimo ensaio do artista que nos ajuda a compreender os caminhos da arte.
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ala inglês?   ( silêncio significativo) - depreendo que fala      português? - só quando me apetece. - e com quem lhe apetece, como toda a gente faz. levo-me a depreender... - inato ou adquirido? - como assim? - esse seu gosto por depreender. - inato. dizia eu que sou levado a depreender que não é muito sociável. - defina. - ser sociável é... - eu abrevio: para si, o seu interlocutor é sociável quando você imagina que ele é a mesma coisa que você é.
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   ISLÂNDIA :     Produção solanácea inquieta financeiras e agências de ratos.    PORTUGAL : Produção hemorroidal tranquiliza financeiras e agências de ratos. ( não posso apresentar imagem de apoio, pois que a minha mulher desconfiou do uso que eu ia fazer da foto que lhe pedi que me tirasse, sugerindo intolerável retaliação se o fizesse. é assim a vida do humorista, quando consegue vencer a auto-censura é na sua própria casa que encontra a incompreensão.

recantos de Lagos IX

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se é verdade que a crise se instalou e a gente nem deve aspirar a mais que saber do sustento para o dia de amanhã - dizem por aí e será verdade no entanto, haja bom gosto e arte que isso alimenta, se não o corpo, aquela parte da gente que cria o engenho para o resto e nada disto vem num a propósito, antes apenas para dizer que o bom gosto é algo que prezo e sendo ele do domínio do indivíduo terei que aguentar com o dos outros, de vez em quando, ao menos e é nesse pensar o que gosto e sabendo que por aqui, de um ou outro modo, todos amamos a nossa cidade, que hoje no "recantos" dou o gesto e a verve a um senhor que mais que muitos põe Lagos a milhas de qualquer crise e a veste do requinte que merece um abraço, Jorge, e muito obrigada! ora espreitem e digam se não vale
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  omar o nome de Lusitânia com novo hino e nova bandeira e não pagar aos que montaram tamanha vigarice internacional? deixar a europa antes que se  afunde? convencer os responsáveis nacionais que ajudaram a tal situação, que será uma atitude patriótica não ocupar lugares públicos nem concorrer a eleições e sair da vida política?  assim sim, persuasão, democracia, paz. não é como aquelas vozes que incitam a que se corra com eles e que se os meta na prisão. por momentos receei que também me incluísse, mas o meu ajudante de campo afiançou-me que o meu amigo não era pessoa para isso, meneando a cabeça, com aquele característico ar dele com que segue na minha comitiva, sempre de mãos atrás das costas .
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esta 4ª feira, com timo dilnner, faláramos do feitiço e da magia da arte. três pessoas vieram falar-me da exposição a decorrer no centro cultural e uma delas, estava encantada com o par de velhos, pois era uma imagem que o transportava a buenos aires, onde num decrépito e decadente local (enquanto recortava as letras para o título, vindo não sei de onde, magia da arte, veio-me ao espírito "herido de soledade ") de tango, vira um casal de oitenta anos que mal se movia mas que mesmo quase estáticos, davam ao corpo as posições clássicas. os senhores eram indianos, vivendo em viena de áustria, um deles goense professor de música na universidade, casado com a senhora brasileira. mais feitiço. mesmo uma estória à jorge luis borges, dilecto homem de buenos aires, neto de portugueses: um artista faz umas figuras sem pensar em nada  e, nalguma parte do mundo, ou do universo, essas pessoas existem. magia da arte. o senhor que me pediu o contacto, adquiriu uma casa no concelho e ao sab
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RAYMOND DUMAS   exposição no antigo Posto de Turismo de Lagos na segunda quinzena de Agosto.  não acredita que no inicio das convulsões na orla sul do mediterrâneo tenham estado  planos de conspiração ou planos organizados. como tal assim não foi no 68 em  França, no seguimento de cujas utopias, deixou paris onde estudara artes, para as aventuras agrícolas, primeiro como aprendiz de agricultor e depois como engenheiro técnico agrário. acredita pois, que é espontaneamente que as sociedades são ciclicamente sacudidas como num novo baralhar e distribuir de cartas. tal como no domínio da arte se sucedem tais ciclos. a arte pode até fornecer sinais antecipadores. julga ver alguns desses sinais que já estão a abrir caminho e a anunciar-se como o pós "arte da rua", "arte é tudo", "lixo-arte", que tem caracterizado os tempo actuais, e que produziram toneladas de arte e multidões de artistas. o tempo dirá o que foi obra de arte e os que foram artist

O SORTILÉGIO DA SARDINHA

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 . ,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,,, Diante da cidade havia um lago, às vezes a espuma do mar bravio; eram pétalas de amendoeira vogando à sorte, imitando o branco do casario.    -   Mas se o vento soprava brando nos mastros rigorosos duma proa, era um espelho bordado a prata, mil escamas de sardinha  no ventre duma canoa.   -  em "Algarve Ontem", a publicar

Homenageando os Combatentes

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Na cerimónia de homenagem aos combatentes caídos no campo de batalha, o Presidente do Núcleo de Lagos da Liga dos Combatentes evocou a abnegação dos combatentes portugueses em todos os conflitos armados em que Portugal esteve envolvido, nomeadamente na batalha de La Lys (Abril de 1918), e na guerra que durou uma década e meia nas ex-colónias portuguesas. Um pelotão misto (feminino e masculino) do Regimento de Infantaria Nº 1, sedeado em Tavira, prestou as honras militares que incluiu salva de três tiros. Homenagear aqueles que caíram em combate, ao serviço do país, é um tributo que está acima do julgamento das razões que colocaram Portugal nesses conflitos. Os que lutaram fizeram-no com elevado sentido de entrega e em defesa daquilo que lhes foi apresentado como o superior interesse da sua pátria. O Presidente do Núcleo aproveitou a efeméride para sublinhar a necessidade de mais uma vez os portugueses se unirem em torno de um objectivo comum, desta vez não para pegar em armas, mas par
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mnésia temporária pós-coital   não, desta vez foi por ter cortado o pulso. muito poético o seu delírio. vou dar -lhe alta mas não recomece. o porsche. a neve até aos joelhos.o chalet.   o seu delírio ficou no momento em que acendia a lareira e ela preparava a raclete . não pense que por ser o meu primeiro paciente a sério que me deixo intimidar. não   quero vê-lo   de novo aqui , não repita. apoio à encenação e foto: josé carlos carvalho repórter da revista Visão.   3 pontos metafísicos de ligação intergaláctica     na cidade de lagos. convenci-te a regressares a lagos pt.  para uma investigação paranormal visando encontrar esses 3 pontos, não duvidando que um investigador estrasensorial depressa se aperceberia que tinha um chip. arriscaste a vida ao extrai-lo.   sociedades secretas dirigem o mundo nessa noite contei-te que era uma ex-agente da cia e até este momento não sabias que era eu efectivamente quem te dirigia, nem sabias que e

velhos e coisas desse tempo

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DEODATO velhos e coisas desse tempo Personagens ímpares da vida de Lagos e um baile da desfolhada animam os espaços do Centro Cultural de Lagos até 28 de Maio. Depois de apagadas as luzes e trancadas as portas, imagino as conversas daqueles homens ali encerrados sobre si próprios e tudo o que são, ao som do acordeão que geme e dos passos de dança que se arrastam no pátio. Imagino tudo isso, acontecendo na noite tranquila.

Apresentação do Livro por Detrás das Palavras de Vieira Calado no 8º Sarau Beco dos Poetas